Durante a greve dos servidores técnico-administrativos da Universidade Federal do Paraná (UFPR), muitos serviços prestados pelo Hospital de Clínicas (HC), vinculado à instituição de ensino, também foram paralisados.
Com o retorno das atividades pelos funcionários, nesta segunda-feira (26), a direção do hospital estima que serão necessários entre três e seis meses para compensar os atrasos em exames e cirurgias causados pela greve.
De acordo com a diretora-geral do HC, Heda Amarante, se o hospital mantivesse o cronograma normal de atividades, seria necessário mais de um ano para colocar todos os exames e cirurgias em dia, mas o prazo será menor devido à realização de mutirões.
“A greve resultou na falta de atendimento no hospital, principalmente em questões específicas, como exames e cirurgias. A diretoria trabalhou para não haver tanto atraso, mas é impossível manter tudo em dia. Então, os médicos e residentes nos procuraram agora para propor a realização de mutirões para reduzir essa perda”, conta.
No entanto, os mutirões ainda não contam com a adesão dos demais servidores do hospital. “Ainda não tivemos nenhuma oferta dos outros funcionários nem do sindicato e também não temos reunião agendada, mas esperamos contar com a boa vontade deles”.
A diretora-geral ainda explica que, apesar de a adesão à greve ter sido pequena no HC – cerca de 20%, segundo ela – os atrasos são muitos porque “não adianta ter uma porcentagem menor trabalhando, nesses setores precisamos de 100% porque o número de funcionários do hospital está no limite”.
A defasagem na quantidade de servidores atuando no HC se deve à falta de realização de concursos públicos para suprir a demanda. Há 15 anos o hospital não pode mais contratar funcionários pela Fundação da Universidade Federal do Paraná (Funpar) e o último concurso da União destinado à contratação de funcionários aconteceu há cinco anos, segundo Heda. Os setores mais atingidos pela greve foram as Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), centros cirúrgicos, centros obstétricos, laboratórios e serviços de raio-X.
Primeiro dia
Para Heda, o primeiro dia de retorno das atividades está sendo um momento de reorganização dos trabalhos. A aposentada Rita de Souza foi uma das pacientes que estiveram no hospital, nesta segunda-feira, e conta que não teve problemas para ser atendida. “Nem enfrentei fila”, comenta.
Para os próximos meses, Heda orienta que os pacientes que deixaram de ser atendidos durante a greve tenham paciência até que a situação seja normalizada. “A população tem que entender que não poderão ser todos atendidos de imediato, nem haverá substituição de agendamentos. Aqueles que não foram atendidos serão chamados pelo hospital para a realização de suas consultas, exames e cirurgias”.