Recomeço

Haitianos ganham chance em obras de habitação

Cidadãos haitianos encontraram na construção de moradias na região norte de Curitiba a oportunidade de trabalho que procuravam no Brasil. São 21 trabalhadores que representam quase 10% dos operários que atuam nas obras que fazem parte do programa habitacional do Município. As unidades, construídas com recursos do programa Minha Casa Minha Vida.

Desde 2010, quando um forte terremoto devastou o país caribenho, o fluxo migratório de haitianos que vêm para o Brasil em busca de trabalho e melhores salários teve um crescimento significativo. Segundo dados do Ministério da Justiça, são mais de 21 mil trabalhando em situação regular no país. Em Curitiba, de acordo com estudo da Pastoral do Migrante, 2 mil haitianos no mercado de trabalho, principalmente na construção civil.

Wid Saint Louis, 24 anos, chegou ao Brasil pelo Acre há nove meses. Desde a semana passada trabalha como servente de pedreiro na construção do Residencial Cedros. No Haiti ele concluiu o curso de eletricista, porém o diploma não tem validade aqui. “Esta é uma das maiores dificuldades. Os cursos que fizemos lá não valem nada aqui”, afirma em português truncado.

O principal obstáculo é a comunicação, pois no Haiti eles falam francês e crioulo. No canteiro de obras Wid está entre os que melhor entendem o português, mas ainda encontra dificuldades para se expressar. Assim como os demais, ele envia parte do que ganha para os familiares que ficaram na terra natal. “Estamos aqui para ajudar nossas famílias que ficaram lá”, diz Wid.

No Haiti o salário mínimo equivale a pouco mais de R$ 100 mensais, portanto os R$ 980 que recebem como serventes pode ser considerado satisfatório. Perguntados sobre o tempo que desejam permanecer trabalhando no Brasil, a resposta foi unânime: “em definitivo”.