Ficou feio

Hábitos do curitibano estão entre os piores do país

O curitibano está fumando, bebendo e engordando mais. Este é o resultado da mais recente pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas do Ministério da Saúde, divulgada nesta terça-feira (10). O levantamento, realizado em todas as capitais brasileiras por meio de consulta telefônica, ainda aponta que, em alguns casos, os hábitos em Curitiba estão piores do que em outras regiões e até mesmo em relação à média nacional. Os dados mais preocupantes são referentes ao tabagismo e ao consumo de álcool.

A pesquisa mostra que, na contramão da tendência nacional, o número de fumantes em Curitiba está aumentando. Enquanto a média nacional caiu de 16,2% para 14,8% entre 2006 e 2011, na capital paranaense, a quantidade de consumidores de cigarros em relação à população da cidade, que já era maior do que o cenário brasileiro, aumentou ainda mais, passando de 18,8% para 20,2% no mesmo período. O professor do Hospital de Clínicas (HC) e vice-presidente da Associação Paranaense Contra o Tabagismo, Jayme Zlotnik, entretanto, acredita que não há motivos para ser pessimista.

“A guerra contra o tabagismo é de longo prazo e temos que considerar que já houve um avanço, pois na década de 1980, o número de fumantes era muito maior”, afirma. O médico ainda lembra que o Paraná foi pioneiro no combate ao tabagismo, com a iniciativa de propor a criação do Dia Nacional do Combate ao Fumo. Para ele, não há qualquer fator regional que possa ser apontado como responsável pelo crescimento do número de fumantes em Curitiba. Por isso, Zlotnik defende que o levantamento seja avaliado criteriosamente.

Outros problemas

Assim como no caso do tabagismo, o consumo de álcool também aumentou entre os curitibanos, diferente do restante do país, cujo cenário ficou estável, em 17%, durante os seis anos de existência da pesquisa. Embora ainda seja menor do que a brasileira, a média curitibana passou de 12,1% para 14,3% entre 2006 e 2011. Os principais consumidores de álcool ainda são os homens – 20,6% deles bebem regularmente -, mas a participação das mulheres também aumentou – atualmente 6,5% delas estão nas estatísticas.

Em relação à alimentação, o curitibano também está piorando seus hábitos, o que tem resultado em um aumento do número de pessoas acima do peso ou obesas. A cidade possui atualmente 50% de sua população em condições acima do peso ideal, estando novamente acima da média nacional, 48,5%. Em 2006, eram 43,7% em Curitiba e 42,7% no Brasil. Os obesos somam agora 16,2% dos curitibanos, enquanto eram 12,3% há seis anos. No restante das capitais, a média fica em 15,8%, sendo 11,4% anteriormente.

Boa notícia

A única boa notícia apontada pelo levantamento da pesquisa do Ministério da Saúde em relação aos curitibanos é de que as mulheres da cidade estão se preocupando mais com a prevenção do câncer de mama ou do colo do útero, recorrendo à mamografia e ao papanicolau. Entre as curitibanas com idade para a realização dos exames, 81,7% delas se submetem ao primeiro procedimento anualmente e 90% fazem o segundo todos os anos. As médias nacionais são de 73,3% e 80%, respectivamente.

 

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