O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, fez questão de frisar nesta quinta-feira (18) sua preocupação com o que chama de ?epidemia da violência? que se passa no Brasil. Ele destacou principalmente os acidentes de trânsito e o envolvimento de bebidas alcoólicas.
?São 34mil mortes por ano no trânsito, metade dessas mortes de alguma maneira tem o álcool envolvido, além de agressões homicídios e acidentes de trabalho?, lembrou. Para combater este processo, o Ministério se empenha na proibição da venda de bebidas alcoólicas em rodovias e postos de gasolina.
?Observamos jovens bebendo cerveja nestes locais e depois saindo para dirigir?, relatou. O ministro disse que Portugal conseguiu uma queda de cerca de 50% nas mortes de trânsito apenas endurecendo as leis que coíbam este tipo de atitude. ?No Brasil as pessoas matam no trânsito e sequer têm a carteira de motorista retida?, reclamou. Outra alternativa proposta pelo ministro é uma nova regulamentação para as propagandas de bebidas alcoólicas.
O ministro da Saúde também afirmou ser favorável à inserção de informações de saúde pública de forma gratuita na mídia, que segundo ele cobra horrores. ?Agora que estão sendo revistas as concessões públicas, podemos aproveitar para rever isso?, afirmou.
Sobre o financiamento da Saúde, o ministro defendeu a regulamentação da Emenda Constitucional 29 e a aprovação da CMPF. ?Nós precisamos de mais dinheiro e para ter mais dinheiro nós precisamos enfrentar uma equação que está aqui. É a renovação da CMPF. É uma oportunidade limpa de nós repensarmos a CPMF, estruturar um cronograma para que os estados que hoje não cumprem os 10 e 12% possam gradativamente chegar ate lá e que o governo federal coloque, além do que ele já coloca, recursos significativamente adicionais?, completou Temporão.
O ministro também falou sobre os avanços da saúde pública. ?Ano que vem o SUS vai fazer 20 anos, quando tínhamos dois tipos de brasileiros: os que tinham carteira assinada e tinham atenção médica hospitalar, e os outros que eram motivo de filantropia e da caridade. Em 88, todos passam a ser cidadãos, com direito constitucional de acesso à saúde. Nós temos que cuidar com muito carinho deste avanço e para qualificar este sistema não podemos fugir desta dupla equação: gestão e financiamento?, argumentou.
