Dezenas de guardas municipais de Curitiba protestaram ontem pela manhã, em frente à Prefeitura, por conta da morte de um colega de trabalho, ocorrida na noite da última terça-feira. O guarda Joel Franklin, de 45 anos, foi morto por assaltantes enquanto trabalhava, no Parque da Barreirinha. O protesto de ontem reivindicou que a direção da Guarda Municipal de Curitiba garanta, em documento, que os guardas municipais nunca trabalhem sozinhos nos postos. Quando foi assassinado, Franklin cuidava sozinho do parque, que tem 275 mil metros quadrados.
Os ladrões levaram a arma particular e o colete balístico de Franklin. Dois homens foram vistos deixando o parque em uma moto. Segundo os guardas municipais, em um ano, cinco agentes perderam a vida em serviço. “Desde 23 de novembro do ano passado, a prefeitura prometeu que não iria mais permitir que guardas municipais ficassem sozinhos em seus postos. Mas essa promessa não foi cumprida”, afirmou um dos representantes dos guardas e do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba, Diogo Monteiro. A reivindicação fez parte da pauta da categoria durante o movimento grevista, ocorrido este ano. “O requisito básico para a Guarda é que pelo menos dois agentes cuidem de um local. Um só é impossível”, disse. Franklin levou um tiro de raspão na cabeça e outro no peito.
Outros guardas que estavam no protesto reclamaram da atual direção da Guarda e reivindicam que o secretário Municipal de Defesa Social, Itamar dos Santos, deixe o cargo. Alguns relataram também alguns exemplos das condições precárias de trabalho, como a falta de comunicação em determinados locais. No Parque da Barreirinha, por exemplo, os guardas dizem que muitas vezes não funciona celular, e nem mesmo o rádio de comunicação. Franklin, que morava em Colombo, era casado e tinha dois filhos, foi enterrado na tarde de ontem no Cemitério Municipal do Água Verde. Os guardas fizeram um cortejo até o local para homenagear o colega morto.
Reunião
Em reunião na tarde de ontem entre os guardas, o secretário de governo, Luis Fernando Jamur e o secretário de Recursos Humanos, Paulo Afonso Schmidt, ficou decidido que a categoria discutirá a questão do trabalho individual dos policiais na sexta-feira pela manhã, em uma nova reunião. A mudança do comando solicitada não foi informada pela prefeitura, pois, segundo o órgão, trata-se de uma discussão interna.