Falta de equipamentos de segurança, de comunicação e pessoal são algumas das reclamações dos guardas municipais que trabalham em Curitiba. A situação foi denunciada pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sismuc), que alega que os problemas são antigos. Segundo a entidade, a Prefeitura foi informada, mas não regularizou a situação.

De acordo com a presidente do sindicato, Marilena Silva, muitos servidores são colocados para trabalhar sozinhos em áreas extensas, como parques, o que dificulta a atividade. Além disso, a maioria não possui equipamentos de segurança, como coletes e armas. Esses servidores também não possuem um local adequado para fazer refeições ou higiene. Marilena comenta que no zoológico municipal os trabalhadores usavam uma estrutura que serviu de jaula para os animais: “O cheiro do local era horrível, além de os servidores ficarem em uma área de difícil acesso ao público”.

Outra situação relatada pela sindicalista são os guardas que fazem plantões à noite: “Muitos trabalham sozinhos e não têm nem mesmo um rádio ou telefone para se comunicar com a central durante uma situação que necessite de reforço”. Segundo ela, esses equipamentos são essenciais para quem trabalha durante a madrugada.

Em relação à alimentação, a sindicalista afirmou que as reclamações são constantes. Como a maioria dos trabalhadores recebe a marmita pela manhã, quando vai consumir os alimentos, eles estão frios ou até estragados. “O ideal seria que eles recebessem vales-alimentação, para que pudessem fazer as refeições com qualidade”, diz.

Escolas

A categoria também está insatisfeita com o plano que regulamentou a carreira dos guardas municipais. De acordo com Marilena, os trabalhadores que ingressaram na atividade depois de 2002 precisavam ter concluído o ensino médio. Os trabalhadores mais antigos ou concluem os estudos ou ficam estagnados na carreira. “Isso provocou uma diferença salarial entre os trabalhadores e gerou muita insatisfação, pois um servidor com 60 anos, por exemplo, não tem ânimo para voltar a estudar”, destaca. Segundo ela, os novos contratados recebem um salário de R$ 500, enquanto os mais antigos, apenas R$ 300.

A tercerização nas escolas foi outra reclamação feita pela categoria. De acordo com o sindicato, a Prefeitura contratou empresas de segurança monitorada, mas quando o estabelecimento sofre algum tipo de dano, como roubo ou vandalismo, os guardas municipais são enviados para ficar no local. “Isso é um absurdo, pois eles acabam sendo cobrados pela segurança que não fizeram”, aponta.

Melhorias

O secretário municipal da Defesa Social, Sanderson Diotalevi, admite que existem algumas situações pontuais que precisam ser revistas. Além disso, como o contingente de pessoas é grande no setor, “é difícil contentar a todos”. Ele ressalta que a secretaria vem investindo na aquisição de equipamentos. Só em coletes a prova de bala, por exemplo, o total passou de 70 para 400 nos últimos três anos. O número de servidores também foi ampliado, e em 2005 chegará a 1.568, um incremento de mais de 240 guardas.

Atualmente, a guarda municipal está presente em 444 postos fixos, entre parques, escolas e unidades de saúde. O secretário concorda que existem dificuldades de cobertura em alguns locais, mas que essa situação é localizada. “Os casos estão sendo analisados individualmente.” Em relação à alimentação, Diotalevi ressalta que diversos refeitórios foram instalados para atender os servidores, mas ele sabe que existem casos que ainda estão com dificuldades. “São locais mais longe, onde estamos tentando ajustar o horário da entrega da alimentação para o mais próximo do horário do consumo”, explica.

Sobre a implantação de vale-alimentação, Diotalevi informa que ainda é preciso fazer um levantamento do custo/benefício. O plano de carreira do servidor, avalia o secretário, trouxe um avanço para os trabalhadores. Quanto à presença dos guardas nas escolas, o secretário confirma que ela é constante, independente da segurança monitorada.

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