Guardas acusados de usar violência em desocupação

Muito tumulto ontem pela manhã numa área da Prefeitura de Curitiba, na Rua Pedro Corrêa da Cruz, no São Braz. Cerca de 50 famílias que invadiram esse terreno na noite de sexta-feira foram retiradas pela Guarda Municipal de Curitiba. Conforme depoimentos dos moradores, a Guarda chegou por volta de 10h e utilizou de violência para retirá-los.

Sônia Maria Rodrigues da Silva mostrava a marca roxa em seu braço direito. “Foi uma guarda que fez isso. Eles chegaram batendo e rasgando as lonas”, contou, afirmando que não tem como se manter pagando R$ 300 mensais de aluguel. Os ocupantes da área contaram que um dos guardas derrubou uma barraca onde uma mulher estava amamentando um recém-nascido, quase causando uma tragédia. “Uma mulher grávida também foi agredida”, contou Rosano Xavier de Souza.

Ele destacou que na noite anterior os invasores conversaram com policiais militares que os trataram bem, sem violência. “Hoje pela manhã chegou a Guarda Municipal sem qualquer documento ou ordem judicial para nos retirar daqui. Eles chegaram batendo em quem estivesse na frente”, destacou, contando que os guardas escondiam o nome nas fardas para não serem identificados. “Quando falamos que iríamos chamar a imprensa, eles foram embora correndo”, contou.

O organizador das famílias, Marcos Santana, explicou que a área foi ocupada, pois há muito tempo ela está completamente suja, virando um lixão, e a Prefeitura nada faz. “O local é utilizado por marginais como esconderijo”, revelou, prometendo que as famílias iriam conseguir novas lonas e reconstruir as barracas.

Revoltados com a ação da Guarda Municipal, os invasores fecharam a Rua Pedro Corrêa da Cruz com pneus e galhos queimados. “Só vamos liberá-la quando alguém da Prefeitura vier conversar conosco”, afirmou Mauro César do Nascimento.

Negativa

A reportagem de O Estado foi até o posto da Guarda Municipal na Rua da Cidadania de Santa Felicidade e foi informada que o responsável pelas operações seria alguém identificado como superintendente Moreira. Em contato telefônico, Moreira disse que não houve violência contra os invasores. Questionado sobre alguns moradores que iriam fazer exames no Instituto Médico-Legal para comprovar as agressões, ele disse que é uma boa oportunidade para pegá-los, já que falsidade ideológica é crime. Ao final da entrevista, quando a reportagem perguntou seu nome completo, o guarda municipal se irritou e não respondeu, desligando o telefone.

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