Veranistas que passeavam pela praia de Matinhos, na manhã desta terça-feira (19), acompanharam o treinamento de 50 bombeiros para salvamento no mar com o uso de helicóptero. Desde o início da temporada, já ocorreram 476 resgates e 89 afogamentos, de diferentes graus, e oito mortes no litoral.
O resgate aéreo pode ser feito pelo “puçá”, rede utilizada para retirar vítimas do mar, ou também diretamente pelo guarda-vidas que pula na água e é auxiliado por um barco.
“Nesta temporada foram feitos dois resgates com a ajuda da aeronave. Em um deles, uma criança estava sozinha, depois da arrebentação das ondas. Ela foi vista pela equipe do helicóptero e imediatamente o guarda-vidas pulou na água”, afirmou o comandante da aeronave, Eugênio Celso Vaz de Mello.
Toda a semana é escolhida uma das cinco subáreas do litoral para o treinamento. “Assim os bombeiros são familiarizados com as características e peculiaridades da aeronave. Eles observam como se faz o embarque de uma maca ou de duas, eventualmente, e também como se faz um salvamento aquático. Como ele deve se posicionar para fazer o salto para alcançar uma vítima de afogamento”, explicou o comandante.
Aprovação
O soldado Reno Pugin, na corporação há 5 anos, pela primeira vez participou desse tipo de treinamento. “Ocorrências pode acontecer a qualquer momento e, por isso, precisamos estar preparados para conseguir desempenhar um bom trabalho para qualquer tipo de vítima”, disse.
A aeronave foi adquirida pelo Governo do Paraná em 1992 e, desde então, é usada para resgates. Ela custou cerca de U$ 1 milhão e foi adaptada para transportar até dois pacientes por vez. Os resgates aéreos só podem ser realizados, em condições climáticas favoráveis.
A turista de Paranavaí Rosângela Madrieli, que acompanhou o treinamento, afirmou que se sente mais segura. “Eu sou mãe e fico apavorada quando vejo uma situação de perigo. Com os bombeiros por perto, e vendo esse treinamento a gente fica mais sossegada”, disse.
Dirceu Barbosa, turista de Telêmaco Borba, elogiou o trabalho dos guarda-vidas. “Já tinha visto este treinamento em outras praias. É um trabalho excelente. Se a pessoa se afasta da beira da praia, os bombeiros já chamam a atenção”
Para Jéferson Braga, morador de Matinhos, a estrutura da Operação Viva o Verão é segurança a mais também para quem mora no litoral. “Acompanho o trabalho dos guarda-vidas e fico feliz em saber que também tem reforço policial.”
Gilberto Polinska, turista de Ponta Grossa, contou que há muitos anos visita o litoral paranaense e que já acompanhou alguns salvamentos. “Com toda essa estrutura me sinto mais seguro.”
Prevenção
Desde o início da temporada, os guarda-vidas já fizeram cerca de 37 mil orientações e 37 mil advertências nas praias. “Não necessariamente nos postos mais perigosos ocorrem mais acidentes. Muitas vezes, as pessoas entram no mar aparentemente calmo, perdem a noção de distância e se afastam da praia. É nesta hora que o guarda-vidas adverte”, explica o relações públicas do Corpo de Bombeiros, tenente Leonardo Mendes do Santos.