Guarda Municipal desocupa terreno no Fazendinha

Moradores do Fazendinha, em Curitiba, invadiram na noite do último domingo um terreno da Companhia de Habitação Popular (Cohab) da capital, localizado na Rua Vereador Elias Karam. Eles protestavam contra uma decisão da Prefeitura de relocar para a área dez famílias que vivem em situação de risco, às margens do Rio Barigüi. Os moradores, que com lonas e barracas passaram a madrugada de domingo para segunda-feira no terreno invadido, foram retirados do local ontem de manhã, por agentes da Guarda Municipal.

?Nós moramos de aluguel na Fazendinha e também queremos conseguir um lote. Não é certo que a Prefeitura conceda os lotes às famílias que estão às margens do Barigüi e nós fiquemos sem nada. Cada vez que chove, minha casa alaga. Também quero um lugar melhor para morar?, disse a monitora Solange de Fátima da Silva, uma das participantes da invasão.

Outro integrante do movimento, o motorista desempregado Lauro de Melo, acusou a Prefeitura de não estar fazendo uma divisão justa do terreno na Rua Vereador Elias Karam. ?O terreno será dividido em diversos lotes. Sabemos que uma única pessoa lá da ocupação do rio vai receber cinco lotes. Isso é errado, pois existem outras famílias que estão precisando?, afirmou.

A indignação da dona de casa Maria Mara da Silva era quanto à falta de um espaço para funcionamento da entidade que preside, o Clube de Mães Andorinha, Cianorte e Região, que atende 62 famílias da região da Fazendinha. ?Há anos estamos lutando para conseguir um terreno para construir nossa sede, pois temos que realizar reuniões no meio da rua e na casa de vizinhos. Agora, a Cohab tem vários lotes à disposição e não pode fornecer nenhum para nós. Estou revoltada.?

Prefeitura

Segundo a Prefeitura, através da administração regional do Portão, à qual pertence o bairro Fazendinha, não há porque conceder os lotes do terreno da Rua Vereador Elias Karam aos invasores. Isso porque esses, ao contrário das pessoas que se encontram às margens do Rio Barigüi, não estão vivendo em situação de risco. De acordo com a administração regional, também não procede a acusação feita por Lauro de Melo de que uma única pessoa iria receber cinco lotes. Nos próximos dias, integrantes da Cohab devem cercar o terreno e conversar com os moradores que promoveram a invasão para explicar a situação. 

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