A Guarda Mirim iniciou o processo de seleção dos candidatos a ingressar na instituição em 2003. A unidade, mantida pelo Instituto de Ação Social do Paraná, da Secretaria Estadual da Criança e Assuntos da Família, existe há 39 anos e oferece 400 vagas anuais. O objetivo é garantir a adolescentes de baixa renda um ano de ensino supletivo, para regularizar sua vida escolar, e ensino profissionalizante, ministrado por professores do Senac.
Além disso, os menores também têm cursos de línguas, atividades extracurriculares como artes plásticas, artes cênicas e música e, o mais importante, uma chance de ingressar no mercado de trabalho.
Para participar do projeto é preciso ter entre 14 e 15 anos, ser de família de baixa renda e passar por uma seleção que consiste em uma redação, uma atividade de dinâmica de grupo e uma avaliação psicológica dos pais.
A disputa pelas vagas é grande. No ano passado, a Guarda Mirim recebeu mais de 2.600 inscrições.
Após um ano na Guarda Mirim, supervisionados por policiais militares encarregados de repassar noções de disciplina e civismo, os jovens se formam, recebem a farda e são encaminhados para empresas ou repartições públicas, onde trabalham até completar 18 anos, continuando seus estudos no segundo grau com o acompanhamento do Instituto de Ação Social do Paraná. Se desistir de estudar, o guarda mirim perde sua vaga.
Os meninos e meninas ? que já respondem por 30% do total das vagas , oriundos de famílias carentes, muitas vezes vivem situações difíceis, como o alcoolismo dos pais, a violência e a falta de perspectivas. Todas essas questões são trabalhadas na Guarda Mirim através de musicoterapia e de atividades de arte. O projeto também busca aproximar os pais, que passam a freqüentar reuniões onde são discutidos temas como drogas, sexualidade, auto-estima e amor.