Para encerrar os trabalhos da Operação Viva o Verão 2009/2010, concluídos no último domingo, o governo do Paraná, por meio da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sema), lançou quase duas toneladas de sementes de palmito jussara sobre a Área de Preservação Ambiental (APA) de Guaratuba, litoral do Estado.
As sementes foram lançadas de dois helicópteros em um espaço de 20 mil metros quadrados que, segundo a assessoria de comunicação da Sesa, tem tamanho próximo a 20 mil campos de futebol. Para essa jornada, o governo contou com o auxílio do Rotary Club de Curitiba – Parque Barigui.
O secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues, informa que entre 60% a 70% das sementes devem sobreviver. “Acredito que desse trabalho irá nascer, em cinco anos, um milhão de novas árvores de palmito jussara. Essa atitude vai enriquecer a ecologia da Serra do Mar. A escolha da APA guaratubana para esta operação deve-se também porque o uso do local é restrito e também é um sinal de aviso para a exploração ilegal do palmito jussara”, conta.
Rodrigues alerta para que a população compre apenas o palmito legalizado. “O IAP e o Iapar possuem reservas de sementes para plantios homogêneos de palmito, abastecendo as fábricas que movimentam a economia da região. Não há necessidade da derrubada clandestina, do crime ambiental”, informa.
Para a realização desse processo, as sementes utilizadas foram coletadas no inverno e guardadas em câmaras frias do Instituto Ambiental do Paraná (IAP). “São sementes selecionadas e armazenadas de forma que, assim que atinjam o solo, tenham condições de se fixar, eclodir e crescer”, comenta o coordenador do Programa Mata Ciliar, Paulo Roberto Caçola. Ele diz também que para que a semeadura funcione, foram analisados diversos dados no local.
“Foi preciso verificar as condições do solo, altura do terreno e ver ainda a questão de inundações. Tudo isso para demarcar os locais mais adequados”, garante o coordenador.
Boa temporada
O secretário Rasca Rodrigues avalia como positivo o trabalho realizado tanto pela Sema quanto pelo IAP ao longo da temporada de verão. Em sua ótica, o fato de os veranistas que frequentaram as praias paranaenses colaborarem com os órgãos contribuiu com o sucesso da operação.
“As pessoas estavam mais conscientes neste ano. Elas entenderam a importância da restinga para as praias. Sem elas, as nossas praias caminham para a destruição, daí a importância em se preservar essa mata nativa. Houve poucas reclamações devido ao som alto, entre outros pontos. A temporada foi um show”, afirma.
Mesmo com menos pontos próprios para banho na temporada deste ano, Rodrigues revela que as águas estavam menos sujas. “Foi detectada uma redução de 15% no número de quantidade de bactérias na água. Levando em conta que a temporada trouxe mais gente do que no ano anterior e que tivemos um tempo atípico, com muitas chuvas, isso foi uma vitória. O número poderia ser ainda melhor se ainda não existissem tantos esgotos irregulares”, lamenta.
Renata Gabardo Pastre/técnica Sema |
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As sementes foram lançadas, no último domingo, de dois helicópteros em um espaço de 20 mil metros quadrados. |