Grupos vão formular propostas para HUs

A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) considerou um avanço a audiência realizada no final da tarde da última terça-feira com os ministros da Saúde, Agenor Álvares, e da Educação, Fernando Haddad, e o secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência e Tecnologia, Luiz Antonio Rodrigues Elias. O encontro tinha como objetivo buscar uma solução para os hospitais universitários, que atravessam um período de dificuldades. Para a Andifes, a reunião foi positiva porque vai resultar na formação de um grupo de trabalho com integrantes dos três ministérios e da Andifes. Eles vão formular uma proposta a ser apresentada nos próximos meses. Os hospitais universitários querem um novo modelo de gestão.

O diretor-geral do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Giovanni Loddo, explica que o problema dos hospitais universitários é a sustentabilidade. Para isso, seria necessário um modelo jurídico que dê condições de governabilidade. ?Precisamos de um orçamento pactuado anualmente, para saber o que vamos e podemos gastar no ano. Hoje, não temos a mínima idéia de quanto vamos receber, quando e como. Assim, é difícil estabelecer um plano de trabalho. Isso acontece no dia-a-dia?, afirma.

De acordo com Loddo, os hospitais universitários são muito criticados por problemas de gestão. Ele rebate as críticas, argumentando que também faltam ferramentas para que a administração seja bem sucedida. ?Queremos uma previsão orçamentária e financeira e também queremos que nos auditem. Uma coisa é estabelecer metas, o que acontece hoje, mas com orçamento. Como dá para planejar e cumprir metas sem saber quanto vamos receber??, questiona.

Uma situação que gera controvérsia está relacionada ao financiamento dos hospitais universitários, que chega a R$ 1,5 bilhão por ano, vindo do Ministério da Educação. Mas essa pasta está tentando passar a conta para o Ministério da Saúde, segundo Loddo. ?O problema é que o financiamento é caro. Então, que se detecte qual é a função dos hospitais universitários, qual a estrutura e custo, para que haja um financiamento pactuado. Saber de onde esse dinheiro vem é problema do Estado. Para nós, pouco importa se vem parte do Ministério da Educação, da Saúde, da Ciência e Tecnologia ou ainda de um fundo especial. Mas precisamos de um melhor modelo de gestão. Nossa inserção na sociedade é maior do que apenas atendimento médico?, opina.

O diretor-geral do HC ainda cita o problema de recursos humanos, que não são suficientes para atender a demanda dos hospitais de ensino. Loddo diz ser necessária a complementação de pessoal, seja por concurso público ou outro método de contratação legal. ?Se hoje sai um funcionário de plantão da Unidade de Terapia Intensiva, eu não tenho como substituí-lo imediatamente. E também não posso esperar dois ou três anos por um concurso. Talvez, a saída para isso fosse um processo seletivo simplificado até que haja o concurso definitivo para a vaga, como se fosse um contrato provisório?, propõe.

Para Loddo, outros pontos importantes a serem discutidos são a flexibilização para processos de compras e a responsabilidade dos hospitais universitários de serem a porta de entrada de tecnologia. ?Estamos longe da evolução. Se temos esta função importante, que nos dêem condições para isso?, comenta. 

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