Seis grupos médicos já demonstraram interesse no leilão da Santa Casa de Colombo (Irmandade da Santa Casa de Misericórdia Nossa Senhora do Rosário de Colombo), nas últimas semanas. A informação foi revelada pelo leiloeiro Helcio Kronberg, designado pelo juízo da 1ª Vara Cível de Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, para operacionalizar o leilão do hospital, que acumula uma dívida de pouco mais de R$ 6 milhões em débitos trabalhistas, com fornecedores e prestadores de serviços (além dos tributos e encargos que surgiram por conta destas dívidas).
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Apesar do interesse, ainda não é possível afirmar que os seis compradores vão disputar o hospital. Isto porque são grupos ou empresas que apenas consultaram o processo e pediram informações ao leiloeiro, para que possam decidir se vão ou não entrar na disputa.
Mesmo assim, Helcio vê com bons olhos as consultas já que quanto maior a concorrência, maior será o valor da venda. E maiores as chances de quitação de todas as dívidas do hospital.
Mais do que isto está a possibilidade do hospital reabrir ao público o mais breve possível, visto que o município de Colombo, na região metropolitana de Curitiba, não tem nenhum hospital de grande porte (com exceção de uma maternidade, específica para este fim) e precisa “exportar” seus pacientes para exames, cirurgias e leitos em outras cidades da grande Curitiba.
Boato
Esta semana surgiram boatos de que apareceu um grupo médico interessado em comprar o hospital antes do leilão. O leiloeiro, que não confirmou a informação, disse que isso evidencia o medo do comprador em relação à disputa.
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Helcio também explicou que a maneira mais transparente de se conduzir o processo é através de leilão, para que não seja dada preferência a ninguém e abra-se a ampla concorrência. Assim, com múltiplos interessados, a Santa Casa será vendida a quem der o maior lance, assegurando assim o pagamento do maior número de credores (pessoas e empresas que tem algo a receber do hospital) e a reabertura ao público, que é o maior interesse da administração municipal.
Edital
O leiloeiro juntou ao processo, na manhã desta quarta-feira (5), uma sugestão de minuta do edital. O documento deverá ser apreciado pelo Ministério Público e pelo interventor/administrador judicial da Santa Casa, para que leiam e se manifestem se desejam mudar ou acrescentar algo. Este é o último passo antes que o processo possa ser homologado.
No atual texto, o edital obriga o comprador a manter a atividade do hospital no local pelo mínimo de 10 anos após a compra (sendo proibida qualquer outra atividade que não seja esta), além de estabelecer prazos para que a Santa Casa reabra e volte a fornecer consultas, atendimento de emergência com ambulância, internamentos (incluindo UTI) e cirurgias ao público (nos respectivos prazos de 30, 60, 90 e 180 dias). Também será obrigado a manter no mínimo 50 leitos para o Sistema Único de Saúde (mesma quantidade de leitos que a Santa Casa tinha quando fechou).
Ainda conforme o texto provisório, o hospital será obrigado a manter consultas, exames e cirurgias nas seguintes especialidades médicas (no mínimo): pediatria, ginecologia e obstetrícia, clínica geral , angiologia, cardiologia, dermatologia, endocrinologia, nefrologia, neurologia, oftalmologia, ortopedia, otorrinolaringologia, pneumologia, pneumopediatria, proctologia, reumatologia e urologia.
Assim que passar pela apreciação, com concordância de todas as partes, a juíza homologa o edital e ele é divulgado ao público, para que apareçam os interessados. Por enquanto, o leiloeiro sugere como data do leilão o dia 17 de julho. Caso o hospital não seja arrematado em primeira praça, o segundo leilão tem data sugerida para 24 de julho. No entanto, diferente de outros tipos de leilões, em que o valor do lance inicial é reduzido na segunda praça, Helcio diz que o hospital não terá o valor do lance alterado, caso não apareçam interessados na primeira disputa.
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