Casas e bares onde há suspeita de exploração infantil em Rio Negro, região Sul do Estado, foram fiscalizados ontem pela Grupo Especial de Combate ao Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente (Gectipa). Desde julho essa é a quarta ação que ocorre no Paraná. Nas três anteriores uma pessoa foi presa e sete menores encaminhadas para abrigos provisórios. Só nas estradas federais a Polícia Rodoviária Federal (PRF) detectou 23 pontos de risco.
O coordenador do grupo de combate ao trabalho infantil da Delegacia Regional do Trabalho, Sérgio Luiz de Paula, fala que não sabe ao certo quantos pontos de exploração sexual infantil existem no Estado, mas sabe-se que existem pelo menos 23 em rodovias federais: são treze na BR 277, cinco na BR 116 e cinco na BR 373. “É uma atividade com características de invisibilidade”, afirma. Ele também não tem idéia de quantas adolescentes estão envolvidas. “Não existe números precisos”, fala.
Desde julho para cá três cidades foram fiscalizadas. Há situações em que a prostituição ocorre até dentro dos caminhões. Em Foz do Iguaçu havia 26 locais suspeitos e em quatro deles foi constatada a atividade. Uma pessoa foi presa, quatro adolescentes brasileiras foram encaminhadas para abrigos e as duas meninas paraguaias para a polícia daquele país. Em Morretes, foi encontrado uma menina e na cidade de Medianeira nada foi constatado. As jovens estavam sendo exploradas sexualmente ou estavam em situação de risco. Em Rio Negro, em pontos da BR 116, eles pretendiam visitar pelo menos 5 lugares. “Mas é complicado, porque quando você chega no segundo lugar, a informação já foi repassada para os demais”, afirma.
A fiscalização é acompanhada pelos conselhos tutelares e polícias de cada região. Além dos pontos mapeados pela PRF, outros locais em rodovias estaduais e sedes das cidades estão sendo visitados. Por mês são realizados pelo menos duas fiscalizações. Segundo Sérgio Luiz, a média de idade das meninas varia entre 15 e 17 anos. Geralmente é a pobreza e, em poucos casos, o espírito de aventura que coloca as jovens neste caminho. Muitas vezes a família sabe da situação, mas não faz nada por ser a única fonte de renda.