Grupo de 50 índios começa a deixar Funasa em Curitiba

O grupo com mais de 50 índios que ocupava desde segunda-feira os gabinetes da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), no 8º andar de um prédio do centro de Curitiba, começaram a sair do local hoje. Os líderes receberam um termo de compromisso assinado pelo presidente da Funasa, Francisco Danilo Bastos Forte, de que serão acolhidos os pedidos de carros para atendimento à saúde nas aldeias.

"Enquanto estivermos na liderança, pode levar o tempo que for, que vamos pressionar por resultados positivos", disse o cacique da terra indígena Boa Vista, de Laranjeiras do Sul (PR), Neoli Olíbio.

Pelo compromisso firmado, a fundação retomará o convênio com uma empresa terceirizada para locação de 17 automóveis, outros dez serão comprados pelo órgão e os que precisarem de reparos serão consertados. "Quase resolve os problemas", afirmou o cacique Márcio Lourenço, da reserva Laranjinha, em Santa Amélia (PR). A expectativa é que os veículos a serem comprados estejam à disposição em 20 dias. O cumprimento das outras promessas deve demorar entre um e dois meses.

Para forçar a Funasa a ceder, além do acampamento montado na capital paranaense, um grupo tinha fechado a Rodovia BR-277, na região centro-sul do Estado, na terça-feira e ontem repetiram a estratégia na BR-373, na sudoeste. "Todo o tempo em que ficamos parados, eu jogo a responsabilidade para a Funasa", acentuou Olíbio.

"Se eles tinham uma proposta, por que não executaram já na primeira manifestação?" No dia 27, os indígenas tinham invadido a Funasa na capital, quando conseguiram a liberação de verbas para pagamento de médicos e fornecedores de remédios.

O cacique da terra indígena Boa Vista afirmou que as comunidades de índios paranaenses ainda têm pendências com o governo federal. Segundo Olíbio, há 42 comunidades estruturadas no Estado e outras seis que aguardam a demarcação de áreas. Os nativos também são contrários à proposta de alteração da estrutura regional da Fundação Nacional do Índio (Funai).

As três administrações existentes hoje se transformariam em núcleos subordinados a Santa Catarina. Como o Paraná tem 15 mil índios e Santa Catarina, 6 mil, eles querem que a gestão fique no Paraná. "Meu compromisso é com a causa indígena e aprendi a ser bastante persistente, nunca desistir", adiantou.

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