Cerca de 150 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) retornaram nesta segunda-feira (16) à Fazenda Araçá, em Marmeleiro, a 470 quilômetros de Curitiba, no sudoeste do Paraná. No dia 12 de junho, a Polícia Militar já os tinha retirado da mesma propriedade que estava invadida havia aproximadamente um ano. Um dos funcionários da fazenda prestou queixa na delegacia de Polícia, informando que foi agredido pelos sem-terra. Segundo ele, no local estavam três pessoas, mas dois conseguiram fugir rapidamente.
O funcionário disse que foi mantido como refém por cerca de três horas. Segundo ele, os sem-terra estão armados com revólveres e espingardas. O proprietário da fazenda, Nelson Sandini, disse que já estava tomando as providências para pedir a retirada dos invasores. O MST informou, por meio de sua assessoria, que a área ocupada hoje pertence ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e faz parte de um complexo formado por três propriedades. Mesmo sendo do Incra, os sem-terra dizem que encontraram 15 seguranças armados que, de acordo com o MST, seriam policiais à paisana.
O movimento informou que ninguém foi mantido refém, mas um dos seguranças teria esquecido os documentos na propriedade e voltou para pegá-lo. A assessoria do Incra disse que Sandini tem licença para uso da propriedade, que lhe foi concedida na década de 80, quando foi ratificada a faixa de fronteira. Mas falta o título definitivo. Na semana passada, técnicos do Incra estiveram no local para fazer os levantamentos e definir se poderão conceder o título. Como os funcionários do órgão estão em greve, mesmo que a decisão seja positiva, o documento deve demorar algum tempo para ser emitido.