Grupo busca alternativas para os pescadores do Paraná

Integrantes da Comissão Permanente para o Desenvolvimento da Pesca e da Aqüicultura no Estado do Paraná, composta por integrantes de ONGs, órgãos oficiais do governo, iniciativa privada e Universidade Federal do Paraná (UFPR), realizaram uma reunião ontem para elaborar propostas para a criação de um programa de governo para o desenvolvimento da aqüicultura no litoral do Paraná. O encontro aconteceu na sede da Sociedade Paranaense de Medicina Veterinária, em Curitiba.

Atualmente, há cerca de 5 mil pescadores cadastrados no litoral do Estado. Segundo o biólogo e consultor do Centro de Estudos do Mar da UFPR, Ariel Scheffer da Silva, muitos deles estão deixando a profissão e saindo de suas regiões de origem em busca de novas oportunidades profissionais nos grandes centros urbanos.

A migração se deve ao fato de a pesca paranaense ainda ser bastante artesanal e, por isso, estar perdendo espaço para a pesca de arrasto, geralmente realizada por grandes barcos vindos dos estados de São Paulo e Santa Catarina. “Na maioria das vezes, o interesse de quem faz pesca de arrasto é o camarão. Porém, as redes acabam pegando também outros organismos marinhos, o que contribui para a destruição da fauna e da flora marítima do Paraná e para que haja menos disponibilidade de peixes para os pequenos pescadores”, explica Ariel. “Também acontece de as redes de arrasto arrebentarem as redes dos pequenos pescadores, o que gera muito prejuízo.”

Para solucionar o problema, os integrantes da comissão pretendem convencer técnicos do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e principalmente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) a aumentarem a fiscalização e evitar que a pesca de arrasto seja realizada em locais inadequados. “Se a fiscalização fosse eficiente, poderíamos acabar com até 70% do problema”, afirma o representante da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca do Paraná, Sidney Antônio Liberati.

Outra proposta é a de realização de zoneamento e ordenamento do uso das águas. Assim, serão estabelecidas com maior clareza áreas para a pesca de arrasto, pesca artesanal, turismo marinho (mergulhos e pesca amadora), conservação ambiental e maricultura, isto é, cultivo de certos tipos de peixes, ostras, camarões, mexilhões.

Para evitar que os pescadores se dirijam aos grandes centros urbanos e possam sobreviver com dignidade no litoral, a idéia é incentivá-los e ensiná-los a realizar a maricultura. Boa parte das propostas devem começar a ser colocadas em prática ainda este ano.

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