O vigilante José Ricardo Maia, de 24 anos, pode ser a primeira vítima do vírus influenza A (H1N1) do Paraná. O trabalhador morreu no início da manhã de ontem, no Hospital e Maternidade Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC).
Amostras do paciente foram encaminhadas ao Laboratório Central do Estado do Paraná (Lacen) e, dentro de três dias, deverão esclarecer a causa da morte. De acordo com o irmão da vítima, Paulo Cezar Maia, a saúde de José Ricardo “não andava bem”.
Os sintomas de gripe surgiram na quarta-feira da semana passada, quando o trabalhador se sentiu mal no serviço. “Ele teve falta de ar e foi ao hospital de Pinhais. Mas, foi orientado a procurar a unidade de saúde do Sitio Cercado. Lá afirmaram que ele apresentava um quadro gripal com diagnóstico de H1N1. No posto, tomou remédios, soro e foi liberado”, explica o irmão.
No sábado, o vigilante piorou. Maia voltou ao hospital de Pinhais, onde foi internado. “A partir daí foram horas de agonia”, ressalta Paulo Cezar.
O vigilante faleceu às 8h30 de ontem.
“Diferente do que o médico havia falado, dessa vez o atestado de óbito diz que meu irmão morreu de insuficiência respiratória e pneumonia. Não menciona o H1N1. Estamos preocupados e queremos saber qual a real causa da morte”, cobra.
Interdição
O Hospital e Maternidade Pinhais passou a noite interditado. De acordo com o diretor técnico e gastroentereologista do hospital, Artur Zanellato, a medida era de precaução, não havendo motivo para pânico.
“Optamos por interditar o hospital para realizar uma desinfecção. Funcionários que tiveram contato direto com Maia ficarão em quarentena. Já os demais utilizarão máscaras por sete dias ou até recebermos os resultados dos exames”, explica.
Leonardo Coleto
Os cuidados de sempre
Para cada caso de gripe A (H1N1), outros dez mil casos de gripe comum são registrados, em média. Tendo base nessa informação, o diretor técnico do Hospital e Maternidade Pinhais, Artur Zanellato, afirma que não há razão para a população se preocupar com o caso ocorrido em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.
“O H1N1 é uma variação do influenza, o vírus da gripe. Por isso, é preciso apenas que as pessoas tomes cuidados básicos, como os de uma gripe comum”, ressalta.
De acordo com Zanellato, cuidados básicos de higiene podem ajudar a prevenir o contágio. “O vírus só passa de uma pessoa para outra quando há contato de mucosas. Exemplo disso é quando alguém infectado espirra e passa a mão numa maçaneta. Caso outra pessoa passe a mão imediatamente após o ato e levar sua mão para a boca, por exemplo, passa a estar infectado. Beijo em pessoas infectadas também podem transmitir o H1N1”, explica. Para evitar que esse contato aconteça, lavar as mãos várias vezes ao dia é essencial.