Sete novas mortes provocadas pela gripe A (H1N1), a gripe suína, foram confirmadas ontem. São mais três casos em São Paulo e quatro no Rio de Janeiro. Com essa atualização, já são 29 vítimas fatais da doença no Brasil (veja mapa).
No Rio de Janeiro morreram dois meninos, um de 10 anos, no último dia 14, e outro de 6 anos que faleceu no dia 15, segundo a Secretaria de Saúde daquele estado. Uma gestante de 29 anos faleceu no dia 17 e outra mulher, de 39 anos, no dia 19.
Segundo Elenilde Leão, advogada da gestante morta, que estava de sete meses, a família vai processar o Estado por negligência no atendimento. Aldinete Pereira Silva faleceu com insuficiência respiratória aguda, depois de peregrinar por três hospitais públicos ao longo de uma semana, sem receber o diagnóstico correto.
Ela era hipertensa e asmática e esperou dez horas por uma vaga na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde sofreu parada respiratória e morreu. Em São Paulo, um dos novos casos é de um bebê de um ano e seis meses, do Grande ABC, que faleceu dia 18, data da internação. A paciente tinha histórico clínico de anemia.
O município de Valinhos, na região de Campinas, registrou a morte de uma mulher de 27 anos. A paciente foi internada no dia 14 e faleceu dia 19. A outra morte ocorreu em Itapetininga, no sudoeste do Estado.
Trata-se de um homem de 26 anos, morador da capital, segundo a Vigilância Epidemiológica da município. O paciente, que estava de passagem pela cidade, foi internado no pronto-socorro municipal e morreu dia 18.
Na noite de terça-feira, uma jovem de 23 anos, de Osasco, que ficou em coma durante uma semana, foi confirmada como outra vítima da gripe suína. O novo boletim epidemiológico do Ministério da Saúde previsto para ser divulgado ontem, foi adiado para hoje.
Acolhimento
A prefeitura do Rio de Janeiro inaugurou ontem dois polos de acolhimento de pessoas com suspeita de influenza A nos hospitais Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, e Souza Aguiar, no centro.
Os polos funcionarão 24h, de domingo a domingo, e contarão com um epidemiologista, dois enfermeiros, três técnicos de enfermagem, um auxiliar administrativo e um auxiliar de serviços gerais, pela manhã e tarde.
Paraná
Já são 70 os casos confirmados no Paraná, com oito novas confirmações ontem pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), sendo cinco na região de Curitiba e três na região Foz do Iguaçu.
Dos oito novos casos, cinco pessoas contraíram o vírus no exterior (Argentina, Paraguai e Estados Unidos), enquanto os outros três casos permanecem em investigação.
Outras 718 pessoas aguardam os resultados dos exames. Mesmo com a primeira morte no Paraná, divulgada na última terça-feira, o secretário estadual da Saúde, Gilberto Martin, disse ontem que a estratégia para combater a nova gripe não muda.
“Estamos fazendo um trabalho muito forte de vigilância e a detecção do óbito é em decorrência disso. Abrimos o leque na investigação das mortes”, afirmou. Agora, a investigação laboratorial é feita em todas as mortes por doença respiratória aguda, de causa viral, ocorrida no Estado.
Doença tem baixa letalidade
Apesar das 29 mortes já registradas do País, o Ministério da Saúde reforça que a maioria dos 1.175 casos (número da última atualização, divulgada na semana passada) se recupera bem ou já recebeu alta.
Até agora, a taxa de letalidade da nova gripe é a mesma da gripe comum, de 0,5% do total de casos. Ao sentir sintomas de gripe mais forte, a orientação é procurar o posto de saúde mais próximo, e não um hospital.
“São locais em que a pessoa estará menos sujeita ao contato com pacientes que apresentem outras doenças”, reforçou o secretário estadual de Saúde, Gilberto Martin.