Vinte e três novas mortes causadas pela gripe A (H1N1) foram confirmadas ontem pela Secretaria da Saúde do Paraná. O número de casos que tiveram complicações e levaram à morte do paciente já é de 142 no Paraná e corresponde a 5% do total de 2.480 casos confirmados desde o início da pandemia no Estado.
A primeira semana de agosto foi o período em que ocorreram mais mortes provocadas pela doença: 47. Na semana passada foram mais 36 mortes e, nesta semana, a partir dos exames analisados até agora, 10 mortes.
Na semana referente a 14 de julho, quando ocorreu a primeira morte por gripe A no Paraná, o total dos primeiros óbitos ficou em quatro. Na semana seguinte foram 22 e na última semana de julho 23 mortes.
A região de Curitiba continua sendo a que tem mais casos confirmados (844), seguida pelas regiões de Cascavel (294), Londrina (237) e Foz do Iguaçu (211). Até amanhã, o Laboratório Central do Paraná (Lacen-PR) pretende analisar todas as amostras dos exames da nova gripe, liberando os resultados até a próxima terça-feira.
Com o procedimento acaba a fila de espera de exames processados no Paraná. “Esta agilidade do Lacen nos deu um quadro real da doença no Paraná. Caso nossos exames ainda fossem encaminhados para a Fiocruz (como era feito nos meses iniciais da doença), certamente nossos casos confirmados e óbitos seriam infinitamente inferiores e a nossa capacidade de resposta bem menor”, avalia o secretário estadual da Saúde, Gilberto Martin.
Na próxima semana, o Lacen-PR vai solicitar as últimas 300 amostras pendentes, coletadas entre 1.º e 16 de julho e que ainda estão armazenadas na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro. “Tínhamos previsão de realizar 250 exames por dia e conseguimos processar até 450 exames em 24 horas”, diz o diretor-geral do Lacen-PR, Marcelo Pilonetto.
Critérios
Até o anúncio da transmissão sustentada do vírus H1N1 (de que ele já circulava no Estado), todos os casos suspeitos passavam por exame laboratorial. Agora, apenas os casos de gestantes, óbitos por insuficiência respiratória, pacientes internados em UTI e eventuais casos de surto em escolas, creches e presídios são examinados. O tratamento da doença independe do resultado do exame, que serve para monitoramento da evolução da doença.
Governo também isola gestantes
Depois da Secretaria de Saúde de Curitiba, ontem foi a vez do governo estadual recomendar afastamento temporário das gestantes de atividades profissionais e estudantis, durante dez dias.
A recomendação vale para as funcionárias estaduais (servidoras efetivas, temporárias, terceirizadas e estagiárias) e a Sesa orienta que empresas privadas e os municípios do Paraná sigam a decisão, que evita exposição das grávidas aos riscos de contaminação pelo vírus H1N1.
A mesma recomendação foi encaminhada ontem às federações de trabalhadores, empregadores e a órgãos públicos de Curitiba, região metropolitana e litoral pelo Ministério Público do Trabalho do Paraná (MPT-PR), com validade de 15 dias.
Segundo a procuradora do trabalho Viviane Weffort, o afastamento das gestantes não poderá ser descontado das férias. Denúncias podem ser feitas pelo site do MPT-PR (www.prt9.mpt.gov.br) ou na Avenida Vicente Machado, 84, Centro de Curitiba.
Apucarana
Casas noturnas de Apucarana, no norte do Paraná, não podem ocupar mais que 60% da capacidade do local a partir desse fim de semana, decisão tomada pelo município.
Se as medidas não forem respeitadas e o quadro epidemiológico se agravar, o município ameaça interditar os estabelecimentos. Equipes da vigilância sanitária farão a fiscalização.