Os dados do novo boletim da gripe organizado pela Secretaria estadual da Saúde nesta quarta-feira (27) apontam um número expressivo de óbitos de pessoas entre 50 e 59 anos. Das 190 mortes confirmadas por H1N1 desde o início do ano no Estado, 32,6%, que representam 62 óbitos, são referentes a essa faixa etária.
“Estamos atentos ao aumento permanente de casos e óbitos na faixa dos 50 anos. Mesmo não sendo idosas, essas pessoas devem ter um cuidado especial para evitar a infecção por gripe e, ao apresentar sintomas, procurar atendimento médico imediatamente”, reforça a chefe do Centro estadual de Epidemiologia, Júlia Cordellini.
Ainda de acordo com Júlia, em geral, essa é uma faixa etária que está no mercado de trabalho, tem uma vida ativa e, por isso, acaba descuidando da saúde. “Eles precisam saber que a doença pode sim ser fatal se o quadro agravar, e o tratamento é muito mais eficaz nas primeiras 48 horas após o início dos sintomas”, diz.
Os sintomas da gripe são febre alta, acima de 38ºC, e com início repentino; além de tosse persistente; inflamação na garganta; sensação de cansaço; calafrios; dores musculares intensas e principalmente a dificuldade para respirar. A partir do início desses sinais, o quadro pode evoluir rapidamente para uma pneumonia ou outras infecções.
ASSISTÊNCIA
Protocolos elaborados pela Secretaria de Estado orientam profissionais de saúde para que, já no início dos sintomas, prescrevam o Oseltamivir – antiviral para o tratamento da gripe H1N1 também conhecido pelo nome comercial de Tamiflu®. O medicamento é disponibilizado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde.
“A assistência médica, mais do que nunca, precisa estar sensibilizada para o diagnóstico dos casos suspeitos de gripe e para prescrição do antiviral independente de haver a confirmação da doença por exames laboratoriais”, complementa Júlia.
Segundo o chefe da Divisão de Vigilância de Doenças Transmissíveis, Renato Lopes, além da atenção aos sintomas, os cuidados para prevenir a gripe também não podem parar. “É necessário manter os ambientes sempre bem arejados e não se esquecer dos hábitos básicos de higiene, como lavar as mãos frequentemente”, fala.
NÚMEROS
O informe técnico desta semana confirma 1044 casos Influenza desde o início de 2016 no Paraná. O número é referente a quadros da doença que demandaram internação do paciente, conhecidos como Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG).
“92,8% das infecções foram causadas pelo vírus H1N1, que está em maior circulação no Estado neste período epidemiológico”, diz Lopes. Até agora, foram 969 casos distribuídos pelas 22 Regionais de Saúde do Paraná. Os óbitos por Influenza passaram de 202 para 209, sendo 190 por H1N1.