A greve dos trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) entra hoje em seu segundo dia, com possibilidade de ser suspensa ainda nesta manhã.

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Se isso acontecer, os funcionários devem voltar ao trabalho amanhã. Assembleias regionais estão previstas para ocorrerem no Paraná para avaliar a proposta feita ontem pela empresa, em reunião feita com o comando nacional de greve, em Brasília.

Em Curitiba, a assembleia começa às 10h, em frente ao edifício central dos Correios, na Rua João Negrão. Caso votem pela continuidade do movimento, os funcionários fazem uma passeata a partir das 11h, rumo à Boca Maldita, no centro da cidade.

Depois de mais de três horas de negociação em Brasília, na tarde de ontem, o diretor de Recursos Humanos dos Correios, Pedro Guimarães apresentou proposta de aumento de R$ 100 incorporado ao salário, mais aumento em benefícios como vale-cesta e vale-alimentação.

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Logo após o fim do encontro, o diretor do Comando de Negociação da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), Ronaldo Pereira Martins, disse que viu avanços na proposta.

No primeiro dia de greve, a adesão foi maior no setor de distribuição dos Correios. Segundo a empresa, cerca de 40% do total do efetivo não trabalhou ontem no Paraná.

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Em todo o País, esse número foi ainda menor: apenas 8% dos empregados aderiram à greve, com base em cálculos apresentados pelos Correios. No entanto, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR), esse número foi de cerca de 90% dos funcionários da área operacional, carteiros e operadores de triagem, o que representa mais de 4 mil funcionários.

Entre os pedidos dos trabalhadores está aumento real de R$ 300, reposição de 41,03% em perdas salariais e plano de cargos e salários. Redução da jornada de trabalho, portas giratórias nas agências e segurança armada completam a pauta de reivindicações.

A proposta inicial dos Correios para assinatura do acordo – que foi rejeitada pelos trabalhadores e que propulsou a greve – previa a reposição da inflação do período (4,5%) e aumento nos valores dos benefícios (vale-alimentação, vale-cesta, auxílio-creche e outros).

Segundo estudos técnicos realizados pela ECT, se fossem atendidas as reivindicações dos trabalhadores, apenas as cláusulas econômicas da pauta custariam aos Correios cerca de R$ 54 bilhões por ano, valor quase cinco vezes maior que toda a receita anual da empresa.

“Não estamos em um momento propício para greves nos Correios. Recentemente ganhamos um voto de confiança do Supremo Tribunal Federal que decidiu favoravelmente à manutenção do monopólio postal. É hora de mostrarmos que temos responsabilidade”, destacou Pedro Magalhães, da ECT.

Além do salário de R$ 847, o valor total que um funcionário dos Correios pode receber hoje, com os benefícios, chega a aproximadamente R$ 1,6 mil, segundo a ECT.