Greve no HC ameaça afetar outros hospitais de Curitiba

Se a greve persistir, a quantidade de leitos nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) pode diminuir e congestionar o atendimento em outros hospitais da cidade. Os servidores técnico-administrativos começaram a cruzar os braços na última segunda-feira, aderindo a uma paralisação nacional, e o atendimento em vários setores importantes está prejudicado.  

Segundo a diretora de assistência do HC, Mariângela Honório Pedroso, a situação no hospital continua preocupante. Os setores mais prejudicados estão sendo a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), centro cirúrgico, pronto-atendimento e unidade de internação semi-intensiva. ?Já comunicamos à Secretaria Municipal de Saúde sobre os problemas e pedimos que pacientes não sejam encaminhados para cá até que a situação se resolva?, disse.

Segundo ela, ontem houve uma reunião com o sindicato e o problema não foi resolvido. Pelo contrário, se hoje cerca de 50% dos servidores ainda trabalham nesses setores, até segunda-feira a categoria pretendia diminuir o quadro para 30%. Dessa forma, o hospital teria que reduzir o número de vagas, congestionando outros hospitais da cidade.

Na UTI adulta apenas quatro funcionários cuidavam de 14 pacientes. No pronto-atendimento, de 25 leitos, 14 estavam funcionando sob a supervisão de apenas quatro servidores. Já no centro cirúrgico, ontem, 14 cirurgias foram feitas, de cerca de 40 que estavam marcadas. O hospital está dando prioridade a casos de tumores e problemas cardíacos. Na central de agendamentos de exames e consultas, a fila, que normalmente já é grande, estava maior ainda no dia de ontem. No entanto, a assessoria de imprensa do sindicato da categoria não confirmou as informações dadas pelo hospital. Disse ainda que a comissão de ética começa a trabalhar hoje e vai discutir a situação do HC em assembléia. O sindicato também confirmou que o restaurante universitário e as bibliotecas da universidade foram afetadas.

O estudante de história Ivan Rebutini acha a greve justa, mas sentiu no bolso os reflexos. De R$ 1,30 passou a gastar mais de R$ 8 nas refeições. ?O motivo é lícito, mas vou sentir dificuldades?, falou. Juliana Amorim, também estudante de História, teve problemas com a biblioteca na Reitoria. ?Fui atrás de um livro para leitura complementar, mas estava fechada?, falou. Segundo funcionários, foi organizada uma escala de trabalho para que os estudantes não sejam prejudicados. 

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