Greve nas universidades estaduais não está descartada

A paralisação das universidades estaduais terminou ontem com avaliação positiva por parte de representantes sindicais e docentes em relação aos efeitos do movimento sobre governo e opinião pública. A unanimidade era de adesão maciça de professores em todas as universidades. A possibilidade de greve por tempo indeterminado ainda será discutida hoje, em reunião do comando estadual de mobilização marcada para as 10h, em Maringá. A pauta do encontro incluirá, ainda, um balanço desses três dias parados nas universidades estaduais de Londrina (UEL), Maringá (UEM), Ponta Grossa (UEPG), do Centro-Oeste (Unicentro) e do Oeste do Paraná (Unioeste).

A intenção das instituições, por hora, é de insistir no campo das negociações por reajuste salarial e reivindicação de concurso público. ?Nenhum de nós busca a greve. Mas ela não deixa de ser uma estratégia, caso o governo mantenha posição intransigente e repressora, sem abrir negociações?, afirmou a presidente da Associação do Docentes da Unicentro, Sandra Lourenço. Ela afirmou que, na instituição, a adesão de cerca de 90% dos docentes à paralisação superou as expectativas.

Uma das preocupações levantadas era a perda acentuada de professores qualificados nas universidades públicas por conta dos salários defasados. Foi o que levantou o professor Marcelo Bronoski, membro do Sindicato dos Servidores da UEPG (SindUEPG). ?Isso compromete a qualidade do ensino. É preciso que a comunidade esteja consciente que essa ação tem por garantia conseguir manter as condições de trabalho.? Na UEPG a adesão rondou a casa dos 75%. Na Unioeste, cerca de 90% dos professores aderiram à paralisação.

O apoio aos docentes foi buscado, em Maringá, também no âmbito político. ?Solicitamos apoio na Câmara dos Vereadores?, disse Ana Estela Codato, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de Maringá (Sinteemar). No último dia de paralisação, carros de som passearam pela universidade e foi distribuída carta aberta à população explicando as razões dos docentes no movimento.

O balanço feito pela Associação dos Docentes da UEL (Aduel) como conclusão dos dias parados foi de unificação. A UEL foi a universidade com maior adesão. Hoje, todas as universidades retomaram as atividades normalmente.

Governo

Ontem o governador Roberto Requião (PMDB) disse que ?é necessário fazer a padronização da remuneração dos professores. Mas não é com má-criação, com apitaços, com desafios ao governador que se resolve isso?. O governador manteve posicionamento de desconto sobre os dias parados. ?Quem não trabalha, não recebe. E nós vamos cortar os dias parados?, afirmou.

O pronunciamento foi realizado após o anúncio pelo governador de aumento em 44% sobre orçamento do Estado voltado às instituições estaduais de ensino superior nos últimos dois anos. ?Passamos de R$ 479,4 milhões, em 2003, para R$ 691,9 milhões em 2005?, enfatizou.

No pronunciamento, o governador enquadrou entre os investimentos a recuperação da remuneração dos funcionários, inclusive do corpo docente. ?Esse projeto vai corrigir distorções históricas e permitir reposição salarial mais justa?, garantiu. 

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