Os vigilantes patrimoniais suspenderam temporariamente, ontem, a greve que começou na última segunda-feira em todo o Paraná. Eles devem voltar ao trabalho hoje pela manhã. A decisão foi tomada em uma assembleia feita depois de uma audiência conciliatória realizada no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em Curitiba.
Na audiência, o vice-presidente do TRT, Luiz Eduardo Gunther, propôs um reajuste de 10% no salário, no vale-alimentação e no adicional de risco de vida da categoria, o que foi aceito pelos trabalhadores.
Porém, os proprietários das empresas de vigilância devem se reunir hoje para avaliar essa proposta. Por isso, uma nova audiência será realizada às 17h. Se por acaso os empresários não aceitarem a proposta, a greve será julgada em uma próxima data.
Em princípio, os trabalhadores pediam a reposição integral do Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC), mais 5% de aumento real, o que daria cerca de 11%. No adicional de risco de vida, eles pediam 15%.
Porém, a suspensão do movimento vale apenas para os vigilantes que trabalham no expediente interno. Aqueles que atuam no transporte de valores continuam em greve. Uma nova audiência marcada para amanhã, às 10h, deverá discutir uma proposta para esses vigilantes que trabalham nos carros-fortes.
No entanto, por força de uma liminar da 1.ª Vara do Trabalho de Curitiba, os grevistas não podem mais impedir a livre circulação dos carros e ficam sujeitos à multa de R$ 5 mil por dia caso as determinações da liminar sejam descumpridas.
A liminar da 1.ª Vara, solicitada em uma ação de interdito proibitório por sete empresas de transporte de valores, também prevê que elas podem pedir apoio da Polícia Militar (PM), se necessário.
Segundo o presidente do Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região, João Soares, todos os 800 homens que trabalham no transporte de valores estariam em greve, ontem.
A reportagem procurou o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Valores do Paraná, Gerson Pires, para confirmar essa informação, mas ele não foi encontrado.