Já dura mais de uma semana a greve em Maringá. Parados há quase dez dias, os servidores municipais afirmam que a greve continua, agora com mais força. O motivo é que, esta semana, a Justiça local negou, segundo o Sindicato dos Servidores Municipais de Maringá (Sismmar), o pedido de ilegalidade da manifestação, feito pela Prefeitura. De acordo com informações do Paço, os manifestantes estão impedindo os caminhões de recolher o lixo e demais funcionários da Saúde e Educação de trabalhar.
De acordo com o sindicalista Pierre Alerrandro, do setor de comunicação do Sismmar, ao longo da última semana da greve, muitos servidores estavam desanimando e voltando para os postos de trabalho. No entanto, com essa decisão da Justiça, eles já não têm mais receio de aderir à greve. "Agora o movimento vai se intensificar. Ao todo contabilizamos 70% de adesão dos servidores no geral. Na Saúde, a adesão aumentou. Na Educação cerca de 50% das creches estão paradas, assim como 60% das escolas. O setor de Serviços Públicos e Obras são os mais mobilizados", informa.
O sindicato confirma a informação de que já estaria faltando creche para as crianças e que muitas estão sem aulas. Além disso, eles também afirmam, como informou a Prefeitura, que cerca de duas toneladas e meia de lixo estão acumuladas, pois o setor não está funcionando normalmente. Segundo a Prefeitura, apenas três dos 11 caminhões de lixo estão fazendo a coleta de toda a cidade e, em relação à falta de creche e escolas fechadas, a população está encaminhando muita reclamação.
"A luta não é contra a população, mas naturalmente, ao paralisar as atividades, a greve acaba atingindo a população. Por isso, precisamos da solidariedade da comunidade para que pressione a Prefeitura para atender as nossas reivindicações", pede Pierre. Entre as reivindicações da categoria estão reajuste salarial de 16,67%, compatível com a perda salarial; pagamento da progressão salarial, e implantação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários. A proposta final da administração é a garantia de reposição salarial de 4,53%, compatível com a inflação; pagamento de 40% do 13.º salário, em junho, e aumento dos salários dos servidores a R$ 450.
Como até o momento não houve acordo entre Sismmar e Prefeitura, a Justiça resolveu intervir. O Ofício do Ministério Público do Trabalho de Maringá fará hoje, às 14h15, uma audiência de mediação. Uma tentativa de amenizar os prejuízos para a população e possibilitar o diálogo entre as partes.
