Descaso, decepção, exclusão e intransigência. Essas foram as definições disparadas pelos servidores da Saúde para manifestar o modo como receberam a notícia de que a redução na jornada de trabalho para 30 horas não será viável para a prefeitura de Curitiba. Isso foi comunicado na tarde desta quinta-feira (2), durante a reunião entre Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba (Sismuc) e a Secretaria Municipal de Recursos Humanos. Com isso, a greve dos servidores da saúde completará, nesta sexta-feira, 61 dias.
“A prefeitura está apagando incêndio com gasolina”, classificou a diretora de comunicação do Sismuc, Alessandra Oliveira. Entre os servidores que ficaram mobilizados do lado de fora do Edifício Delta, em Curitiba, aguardando o resultado da reunião, a sensação é de completa frustração. “Desvalorização”, resumiu a farmacêutica bioquímica, Fabiana de Toni, que é servidora há oito anos. “É uma clara demonstração de que nunca tivemos voz dentro da Prefeitura”, acrescentou a também farmacêutica bioquímica, Roberta Santos.
A secretária municipal de Recursos Humanos, Maria do Carmo Oliveira, explicou que os estudos sobre a alteração da jornada demonstraram um significativo impacto financeiro. “Muitos desses servidores são agentes administrativos, a redução na jornada implicaria na necessidade de um aumento nos quadros da ordem de 25% e não temos orçamento para isso”, informou. A secretária apela para a razoabilidade. “Nós esperamos pelo bom senso de todos, pois não há como começar uma discussão sem caixa”.