De acordo com dados divulgados pela Secretaria Estadual de Educação do Paraná (Seed), no final da tarde de hoje (17), 570 escolas estão ocupadas pela mobilização dos alunos contra a Medida Provisória 746 que trata da reforma do ensino médio. Paralelamente as ocupações, os professores da rede estadual de ensino deram início nesta segunda-feira a greve da categoria. Somando os números de escolas ocupadas e os números de professores que aderiram ao movimento grevista, aproximadamente 27% das escolas do estado estão sem aulas.

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Greve dos Professores

A Secretaria Estadual de Educação informou que a greve dos professores da rede estadual de ensino afeta totalmente apenas 5 % das escolas. 18% estão funcionando de maneira parcial e em 55% das escolas as aulas aconteceram normalmente nesta segunda-feira.

O Colégio Bom Pastor funcionou normalmente nesta segunda-feira. Foto: Átila Alberti.

O Colégio Estadual Bom Pastor, no bairro Mercês, está funcionando normalmente. Segundo a diretora Lídia Pachulski os professores fizeram uma reunião na sexta-feira e decidiram que, inicialmente, não iriam aderir ao movimento. Eles esperaram uma reunião marcada para o próximo dia 19 com o governo do estado para então decidir se irão entrar em greve ou não. Enquanto isso os 500 alunos da escola continuam sua rotina normalmente.

Em contra partida, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná, APP, afirma que já na manhã desta segunda-feira a greve atingiu 60% da rede estadual e a expectativa é que chegue aos 100% até amanhã (18).

Pais preocupados

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Angela Vitto é mãe de duas estudantes, uma adolescente de 16 anos e uma criança de 11 anos. Para ela, a greve compromete o ano escolar. “Os professores assim como todo trabalhador tem que reivindicar os seus direitos, mas gostaria que fosse de outra forma porque sempre no final quem sai perdendo é o aluno. Quem está no ensino médio, por exemplo, e vai fazer ENEM vai perder muito conteúdo. E depois como vai ficar? Mesmo com as reposições, o conteúdo vai ser passado da mesma maneira?”, questionou.

Entre os alunos as opiniões se dividem, existem aqueles que apoiam o movimento e outros que questionam. Gabriela Mulinari,de 16 anos, estuda no Colégio Estadual Santa Felicidade, que já estava sem aula devido à ocupação, ela concorda com o movimento dos professores, “eles precisam lutar, eles estão sem receber o que o governo deveria pagar. E como eles disseram, não é só o direito deles é o da educação como um todo. Aqui na escola falta uma boa biblioteca, laboratórios. Os professores estão lutando por nós também”, afirmou.

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Estela Dorado de Oliveira, 16 anos, também concorda com o movimento. ” Os professores na minha opinião deveriam ser os profissionais mais bem pagos do país. Só somos alguma coisa nessa vida quando temos professores que nos ensinam. Eu apoio 100%”, afirmou.

Ocupações

As ocupações que tiveram início no dia 3 de outubro já atingem mais de 110 municípios do Paraná. A cidade com maior número de escolas ocupadas é Curitiba com 77 instituições, seguida de Cascavel (28), Londrina (24), e Ponta Grossa (22)..
Os estudantes protestam contra a MP 746 do governo federal que trata da reforma do ensino médio. Eles defendem o diálogo antes de ser tomada uma decisão como essa que altera a rotina dos alunos.

Na tarde de ontem (16) o governo decretou recesso de cinco dias nas instituições com ocupação. O governo também informou que enviou ofícios para o Ministério Público, Conselhos Tutelares, e ao Poder Judiciário pedindo ações em relação aos menores que participam do movimento.

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Principais objetivos dos professores:

Retirada da mensagem 043/2016 da Assembleia Legislativa;

Pagamento de progressões e promoções;

Equiparação dos salários dos funcionários;

Reajuste do auxílio transporte para os funcionários PSS;