Paralisação

Cresce a adesão à greve dos professores no Paraná

Foto: Antônio More.

De acordo com dados divulgados pela Secretaria Estadual de Educação do Paraná (Seed), no final da tarde de hoje (17), 570 escolas estão ocupadas pela mobilização dos alunos contra a Medida Provisória 746 que trata da reforma do ensino médio. Paralelamente as ocupações, os professores da rede estadual de ensino deram início nesta segunda-feira a greve da categoria. Somando os números de escolas ocupadas e os números de professores que aderiram ao movimento grevista, aproximadamente 27% das escolas do estado estão sem aulas.

Greve dos Professores

A Secretaria Estadual de Educação informou que a greve dos professores da rede estadual de ensino afeta totalmente apenas 5 % das escolas. 18% estão funcionando de maneira parcial e em 55% das escolas as aulas aconteceram normalmente nesta segunda-feira.

O Colégio Bom Pastor funcionou normalmente nesta segunda-feira. Foto: Átila Alberti.
O Colégio Bom Pastor funcionou normalmente nesta segunda-feira. Foto: Átila Alberti.

O Colégio Estadual Bom Pastor, no bairro Mercês, está funcionando normalmente. Segundo a diretora Lídia Pachulski os professores fizeram uma reunião na sexta-feira e decidiram que, inicialmente, não iriam aderir ao movimento. Eles esperaram uma reunião marcada para o próximo dia 19 com o governo do estado para então decidir se irão entrar em greve ou não. Enquanto isso os 500 alunos da escola continuam sua rotina normalmente.

Em contra partida, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná, APP, afirma que já na manhã desta segunda-feira a greve atingiu 60% da rede estadual e a expectativa é que chegue aos 100% até amanhã (18).

Pais preocupados

Angela Vitto é mãe de duas estudantes, uma adolescente de 16 anos e uma criança de 11 anos. Para ela, a greve compromete o ano escolar. “Os professores assim como todo trabalhador tem que reivindicar os seus direitos, mas gostaria que fosse de outra forma porque sempre no final quem sai perdendo é o aluno. Quem está no ensino médio, por exemplo, e vai fazer ENEM vai perder muito conteúdo. E depois como vai ficar? Mesmo com as reposições, o conteúdo vai ser passado da mesma maneira?”, questionou.

Entre os alunos as opiniões se dividem, existem aqueles que apoiam o movimento e outros que questionam. Gabriela Mulinari,de 16 anos, estuda no Colégio Estadual Santa Felicidade, que já estava sem aula devido à ocupação, ela concorda com o movimento dos professores, “eles precisam lutar, eles estão sem receber o que o governo deveria pagar. E como eles disseram, não é só o direito deles é o da educação como um todo. Aqui na escola falta uma boa biblioteca, laboratórios. Os professores estão lutando por nós também”, afirmou.

Estela Dorado de Oliveira, 16 anos, também concorda com o movimento. ” Os professores na minha opinião deveriam ser os profissionais mais bem pagos do país. Só somos alguma coisa nessa vida quando temos professores que nos ensinam. Eu apoio 100%”, afirmou.

Ocupações

As ocupações que tiveram início no dia 3 de outubro já atingem mais de 110 municípios do Paraná. A cidade com maior número de escolas ocupadas é Curitiba com 77 instituições, seguida de Cascavel (28), Londrina (24), e Ponta Grossa (22)..
Os estudantes protestam contra a MP 746 do governo federal que trata da reforma do ensino médio. Eles defendem o diálogo antes de ser tomada uma decisão como essa que altera a rotina dos alunos.

Na tarde de ontem (16) o governo decretou recesso de cinco dias nas instituições com ocupação. O governo também informou que enviou ofícios para o Ministério Público, Conselhos Tutelares, e ao Poder Judiciário pedindo ações em relação aos menores que participam do movimento.

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Principais objetivos dos professores:

Retirada da mensagem 043/2016 da Assembleia Legislativa;

Pagamento de progressões e promoções;

Equiparação dos salários dos funcionários;

Reajuste do auxílio transporte para os funcionários PSS;

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