A greve dos médicos peritos do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) já dura mais de 45 dias. Iniciado no último dia 22 de junho, o movimento vem dificultando a vida de trabalhadores que aguardam perícia para garantir benefícios por afastamento.
Em função da paralisação, em algumas agências do INSS de Curitiba os usuários têm esperado até 120 dias entre a marcação ou remarcação e a realização da perícia.
“Antes da greve, o tempo médio de espera em algumas agências era de noventa dias. Acreditamos que o ideal sejam cinco dias, mas colocamos quinze como meta”, diz o delegado suplente da Associação Nacional dos Médicos Peritos no Paraná, Fábio Fontes Farias, que é responsável pelo comando de greve.
No Paraná, são cerca de duzentos médicos peritos em atividade. Segundo Farias, a adesão à greve é de 100% nas regionais do INSS de Cascavel e Maringá, 80% em Curitiba, 50% em Ponta Grossa e entre 30% e 50% em Londrina. “Porém, em todos os lugares, estamos mantendo 50% dos peritos trabalhando, em obediência ao STJ (Superior Tribunal de Justiça)”.
A greve é motivada por três reivindicações principais: maior segurança no trabalho, menos tempo de espera dos usuários que necessitam de perícia e contratação de uma maior quantidade de médicos peritos.
“Em todo Brasil, temos um déficit de 1,5 mil peritos. Se houvesse concurso público para contratação de novos profissionais e melhor gestão, o tempo de espera para quem necessita de perícia iria, consequentemente, diminuir”.
Em relação à segurança, Fábio diz que os médicos peritos são vítimas constantes de agressões físicas e verbais, além de ameaças. A violência geralmente acontece quando algum usuário não concorda com o laudo dado pelo médico perito e acaba ficando sem poder receber benefício.
“Para resolver o problema, queremos que os médicos não precisem entregar o resultado aos usuários logo que acabam a perícia e que os seguranças das agências do INSS também possam proteger os médicos”.