Desde segunda-feira, 420 exames de toxicologia e de química legal deixaram de ser realizados pelos funcionários do Instituto Médico Legal e do Instituto de Criminalística do Paraná, que estão em greve. Hoje, representantes da Associação de Criminalística do Estado vão se reunir com o secretário estadual de Administração, Ricardo Smijtink, para falar sobre o plano de cargos e salários da categoria. A única atividade realizada ontem foi a necropsia para a liberação dos nove corpos que estavam sem atendimento desde o início da paralisação. Eles haviam sido encaminhados para o Instituto Médico Legal em Campina Grande do Sul. Hoje a operação vai se repetir.
Além da demora para a liberação de corpos no IML, a população está sem a prestação de outros serviços importantes. O grande problema é que alguns exames precisam ser realizados com urgência. É caso da dosagem alcoólica. Se alguém se envolver em um acidente de trânsito e o causador estiver embriagado, a vítima pode ter dificuldades para provar a culpa do outro. Processo que envolvem vítimas de lesões corporais, acidentes de trabalho, arrombamento ou exames de morte por envenenamento estão entre os prejudicados. “Tudo o que acontece na cena de um crime o Instituto é encarregado de materializá-lo em forma de papéis”, explica o presidente da Associação, José Ricardo Fiedler. Ele diz ainda que a categoria tem noção dos transtornos causados à população, mas afirma que esta foi a única forma encontrada para protestar.
Em todo o Estado 280 peritos oficiais estão em greve, sendo 130 só em Curitiba. A reivindicação mais importante é que governo diminua a diferença salarial entre os quatro níveis que dividem a categoria. “Antes a diferença era de 5%, hoje em alguns casos chega a 100%”, reclama José.
