Foto: Daniel Derevecki
Servidores envolveram prédio da reitoria com lonas pretas.

Completa hoje 87 dias que parte dos servidores técnico-administrativos da Universidade Federal do Paraná (UFPR) estão com os braços cruzados em apoio à paralisação nacional promovida pela Federação de Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra). Ontem, eles realizaram uma manifestação em frente à reitoria, em Curitiba, envolvendo o local com lonas plásticas pretas com palavras de ordem. Os manifestantes não concordam com o reajuste salarial proposto pelo governo.

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O diretor de formação política e sindical do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino do Terceiro Grau Público de Curitiba (Sinditest), Agnaldo da Cruz, disse ontem que a negociação com o governo federal dava sinais de que vinha evoluindo. Os ministérios da Educação e do Planejamento reconheceram que as reivindicações eram justas. Mas, na última sexta-feira, a proposta apresentada aos trabalhadores ficou aquém das expectativas.

Segundo Cruz, o governo propôs reajuste diferenciado para os cinco níveis de lotação dos servidores. Quem está no nível E ganharia 89% de aumento. O problema é que o reajuste proposto às outras categorias é inferior. Os do nível A, por exemplo, receberiam 15%. ?Queremos que os valores sejam melhor distribuídos entre as categorias?, falou Cruz. Além disso, o governo quer que o reajuste comece a incidir nos salários a partir de julho de 2008, mas a categoria quer o aumento em janeiro.

Amanhã, em Brasília, representantes da Fasubra se reúnem mais uma vez para negociar com o governo. Posteriormente, os servidores se reúnem nos estados para avaliar o resultado do encontro e decidir os rumos do movimento. No Paraná, a data da assembléia será decidida hoje.

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Na UFPR, estão parados os servidores que trabalham no restaurante universitário, na central de transporte e em algumas pró-reitorias. Além do aumento salarial, o movimento reivindica elevação do valor pago pelo vale-alimentação, querem auxílio-saúde, a não-transformação dos hospitais universitários em fundações, entre outros.