Quem procurou ontem as agências do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) em Curitiba e em outras cidades do interior do Estado não conseguiu fazer a perícia médica. Depois do assassinato da delegada da Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP), de Governador Valadares (MG), Maria Cristina Souza da Silva, 56 anos, na última quarta-feira, os médicos peritos decidiram aderir à manifestação que estava prevista para dois dias, mas que agora será por tempo indeterminado. A decisão foi tomada ontem à noite. Com isso, por decisão da 15.ª Vara Federal de Brasília, que legitimou a greve, pelo menos 30% dos peritos devem trabalhar.
No primeiro dia de paralisação nacional, na quarta-feira, as agências funcionaram normalmente no Paraná, mas diante do assassinato a situação mudou. Não houve expediente na gerência de Curitiba, que tem dois postos de atendimento na capital, cinco na Região Metropolitana e um em Paranaguá. Mesmo assim, os segurados foram orientados para comparecer à consulta e remarcar a data do atendimento. Na regional de Londrina, não houve atendimento em seis das dez agências, e na regional de Ponta Grossa o serviço foi paralisado em duas das dez unidades. Já as regionais de Cascavel e Maringá não aderiram ao movimento. Como a greve confirmada, a orientação do INSS para os segurados é que não compareçam aos postos.
O representante da ANMP do Paraná, Everson Buchi, explicou que a categoria pretendia fazer uma paralisação de alerta e dar um prazo até 20 de setembro para o governo se manifestar. Porém, diante dos últimos acontecimentos, esse tempo não seria mais concedido. De acordo com médico perito Alberto Cury, o problema da violência – física e verbal – contra os profissionais se acentuou quando o INSS acabou com as perícias feitas por médicos tercerizados.