Londrina corre o risco de ficar sem coleta de lixo nos próximos dias. Os funcionários da empresa Fossil Saneamento Ltda., responsável pelo serviço de coleta na cidade, entraram ontem em greve por tempo indeterminado. Segundo informações do Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação de Londrina (Siemaco), 26 funcionários participaram da assembléia que decidiu unanimemente pelo início da paralisação. Ainda segundo o sindicato, 90% dos 95 empregados da Fossil aderiram à paralisação. Os serviços essenciais serão mantidos, entre eles a coleta de lixo hospitalar.
A oferta de reposição salarial de 5,05% não agradou o Siemaco e a Federação dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação do Paraná (Feaconspar), e do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários (Sintrol), representante dos motoristas, que reivindicam índice de 15% ou um mínimo de 8,57% para abrir negociação. Além de 15% de reajuste salarial e aumento no vale-refeição, os funcionários também pedem a substituição dos uniformes e luvas, e reforma dos banheiros.
Durante a manhã de ontem, a coleta foi realizada por funcionários contratados emergencialmente pela Fossil, que havia retirado os caminhões do pátio na noite de terça-feira, já temendo a paralisação. Contudo, eles não puderam despejar os resíduos no aterro sanitário, já que os grevistas impediram a movimentação dos veículos no local. ?Estão tentando nos tirar o direito de greve?, protestou o presidente do Siemaco, Manassés Oliveira.
Segundo o sindicalista, até o fim da tarde de ontem, a empresa não havia tentado contato para negociar a greve, mas que ficou sabendo de uma contraproposta através da imprensa. ?Estão oferecendo um abono de R$ 60, o que é insuficiente para negociarmos?, disse. Para o presidente, o ponto mais sensível, porém, são as condições de trabalho, que a Fossil não aceitaria negociar.
Segundo o diretor da Fossil, Luis Alberto Maia, a empresa teria aceitado um convite para negociação na tarde de ontem feita pelo presidente do Siemaco, Manassés Oliveira. ?Ele marcou a reunião e não apareceu. Não entendo como eles querem negociar?, afirmou. Maia revelou que os grevistas impediram que a turma do turno da noite saísse da empresa com os caminhões. ?Não sei precisar quantos estão realmente parados. Muitos estão com medo de retaliações?, apontou.
Prefeitura
Segundo o presidente da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), Gabriel Ribeiro de Campos, a Prefeitura já contatou uma segunda empresa que garantiria a coleta em caráter emergencial caso a paralisação não fosse resolvida logo. ?Tenho esperanças que empresa e empregados cheguem a uma solução até amanhã (hoje), para que não precisemos procurar outras opções?, afirmou. Campos discordou dos números de grevistas apresentados pelo Siemaco. Para ele, não mais do que sete empregados pararam as atividades. ?Os demais são piqueteiros trazidos pelo sindicato. Não há intenção de greve na empresa.?
A CMTU repassa cerca de R$ 360 mil por mês para o serviço da Fossil. Para que seja caracterizada quebra de contrato e a Prefeitura possa contratar outra empresa em caráter emergencial, o serviço precisa ser descontinuado por alguns dias.
