Revendas no limite

Greve ameaça o estoque de gás para os próximos dias

A greve dos petroleiros, que começou na madrugada de ontem, ainda não afetou o abastecimento de gás, mas deixou o setor de distribuição em alerta. Como a paralisação é por tempo indeterminado, é possível que falte produto no mercado nos próximos dias, caso a estatal interrompa o fornecimento.

“Já estamos vindo de um problema com relação ao abastecimento pela Petrobras há pelo menos três semanas. Estávamos em situação equilibrada e chegando a um momento para superar o problema, mas hoje nos preocupa muito a greve dos petroleiros, que poderá afetar o abastecimento”, prevê o presidente do Sindicato dos Revendedores das Distribuidoras de Gás do Estado do Paraná, José Luiz Rocha. De acordo com o sindicalista, as distribuidoras não têm estoque para manter o atendimento e as revendas trabalham no limite da capacidade. Ainda assim, acredita que irá prevalecer o bom senso, já que o gás é produto de primeira necessidade para a população.

O presidente do Sindicato dos Petroleiros do Paraná e de Santa Catarina (Sindipetro), Silvaney Bernardi, não descarta que a distribuição seja afetada nos próximos três dias. O principal fator para evitar que isso aconteça será o acordo entre a Petrobras e a categoria para garantir a produção entre os que não aderiram à greve, mas certamente ficarão sobrecarregados.

Braços cruzados

Cerca de 75% dos 2 mil trabalhadores aderiram à paralisação no Estado, mesma média nacional, de acordo com o Sindipetro. Estão paradas três unidades: Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, a Usina do Xisto, em São Mateus do Sul, e o Terminal Aquaviário da Transpetro, em Paranaguá. Os petroleiros protestaram, ontem à tarde, na Boca Maldita, contra o leilão de áreas do pré-sal, onde também estiveram presentes integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Garantia das operações

Em nota, a Petrobras informou que não cabem à empresa os principais motivadores da greve (leilão de Libra e o projeto que trata das terceirizações) e que “tem como prática nesse tipo de mobilização tomar todas as medidas necessárias para garantir suas operações, de modo a não haver qualquer prejuízo às atividades da empresa e ao abastecimento do mercado, sendo mantidas as condições de segurança dos trabalhadores e das instalações da companhia”.

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