Grávidas falam da dificuldade e da alegria de ser mãe

?Mãe não tem limite, é tempo sem hora, luz que não apaga quando sopra o vento e chuva desaba… Mãe, na sua graça, é eternidade?. Já dizia Carlos Drummond de Andrade. Poesia geralmente é inspiração, é puro sentimento. Porém, com essas palavras, o poeta soube bem traduzir a maternidade, segundo mães e filhos. A mulher que não sabe, aprende. Aquela que tem medo, encontra força. É surpreendente o que fazem a espera, a chegada e o choro de um novo bebê.

Grávida de sete meses, Elizandra de Mello, 20 anos, não se contém de tanta alegria. Na espera da menina Nicole, maternidade para ela é poder passar para os filhos o que recebeu da mãe, ou seja, ?dar muito amor e muito carinho?. Assim que soube que era gestante, aos três meses de gravidez, Elizandra conta que o sonho se realizou. Difícil é conter a ansiedade e a expectativa. ?Eu não vejo a hora de ver o rostinho dela, ver com quem se parece?, conta a mãe.

Apesar de estar mais sensível e emotiva, a mamãe conta que também se sente mais forte. ?Não sei explicar?, diz. Animada, desde os cinco meses ela está com todo o enxoval de Nicole pronto. Enquanto espera, já fez duas ecografias e todos os demais exames, nela e na bebê. Em janeiro, na última ?eco? e orgulhosa, Elizandra conta que a filha estava já com 36 centímetros e 970 gramas. ?Virei mãe assim que soube da gravidez, já a amo, fico conversando e fazendo carinho. Eu não sei te explicar o quão especial é este momento?, completa.

Já na sala de pré-parto, na última quarta-feira, Daiane Evangelista, 20 anos, estava com seis centímetros de dilatação já com a bolsa rompida. Ela estava prestes a ganhar o primeiro filho, o menino Vítor. ?A alegria supera a dor que estou sentindo. O que mais me emociona é saber que estou prestes a dar a luz a alguém que dependerá de mim?, diz. Sofrendo, mas ainda com forças para sorrir, Daiane se dizia preparada e forte. ?Fiquei pronta assim que soube. Eu não achei que esse momento tão natural seria tão especial?, conclui.

Com 47 centímetros e 2,8 quilos, Ayslon nasceu, no último dia 19, de parto normal. Ainda na maternidade, a mãe Vilma de Oliveira, 26, se recuperava. Esse é o segundo filho dela, que revela que nunca quis ser mãe. Vilma conta que a maternidade lhe mudou completamente a vida. ?Parei de cair na gandaia, tirei os piercings e passei a usar roupa de mulher?, diz.

Maternidade de primeira viagem

?Mãe… São três letras apenas.

As desse nome bendito: Também o céu tem três letras…E nelas cabe o infinito?, como escreveu Mário Quintana. O que cabe é principalmente amor e força para superar medos e dificuldades. Lúcia Suemi é mãe ?marinheira de primeira viagem?. André nasceu no último dia 28, com 3,590 quilos. Ela diz que sempre quis ter filho, mas como trabalhava muito esse sonho era sempre adiado. ?Quando aconteceu foi tudo muito rápido. Levei um susto. Pensei: e agora??

Lúcia morava em Brasília e lá passou seis meses sozinha, longe do marido Joel, que já estava em Curitiba. Foi no oitavo mês de gestação que ela chegou à capital paranaense e passou a se preocupar apenas com o bebê. ?Antes eu pensava mais na minha carreira e agora penso e me preocupo só com ele?, diz.

Mais forte, protetora e corajosa, agora que André completa um mês, ela diz que o mais difícil foi a primeira semana. ?Quando ele chorava e eu não sabia se era fome ou o quê. Ele perdeu peso e eu me preocupei. Foi difícil, mas você pega o jeitinho.? Ela não sabia trocar fraldas, nem dar banho, mas garante que ?você aprende sozinha?.

Curso

A enfermeira obstétrica Simone Rocco ensina gestantes, pais e até avós como cuidar do novo bebê. Choro, enxoval, fraldas, sono, como segurar e outros assuntos ligados à saúde do neném, são algumas das dúvidas, mas a principal entre

das mães que fazem o curso é a amamentação. ?Não existe livro, nem regra, mas sim adaptação àquela realidade.?

Também mãe, Simone diz que nessa hora as mulheres mudam totalmente a maneira de ver a vida e os valores. Ela afirma que nem toda mulher está preparada para esse momento, mas isto é normal. ?Sentir-se culpada por não estar preparada para cuidar de um bebê é comum. Mas isso também é muito bonito, a mãe que sente que precisa de mais experiência e reconhece. Porém, eu digo que cada dia é uma nova experiência e que as dificuldades, dúvidas e conflitos sempre vão existir na vida de uma mãe.? (NF)

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