Mais uma tragédia no trânsito revoltou moradores de São José dos Pinhais na manhã deste domingo (03). Uma grávida foi a vítima fatal de uma colisão causada, de acordo com testemunhas e com os primeiros levantamentos da Polícia Rodoviária Federal, por um universitário que dirigia embriagado e em alta velocidade.
Miriam de Moura Vaz, 32 anos, grávida de cinco meses, saiu de casa com o pai, três crianças e outra moça grávida, também da família, em uma Blazer. A família deixou a residência às margens do quilômetro 73 da rodovia, na pista sentido Litoral, por volta das 9h. O pai de Miriam fez o retorno no Contorno Leste, e todos voltavam pela BR-277 sentido Curitiba para ir à igreja.
A família seguia pela pista da direita e era ultrapassada por um Palio no quilômetro 72, quando três rapazes se aproximaram em alta velocidade em uma BMW. O universitário Bruno Hagnini Becker, que conduzia a BMW, deu sinal de luz pedindo para ultrapassar o Palio, mas como tinha a Blazer do lado o motorista do Palio não tinha como sair da frente.
As testemunhas garantem que Bruno não quis esperar o Palio terminar a ultrapassagem da Blazer, e tentou passar no meio dos dois veículos. A tentativa não deu certo, e ele bateu nos dois carros. O Palio rodou na pista e foi parar no canteiro central. Por sorte, ninguém se feriu.
Já a Blazer e a BMW capotaram na direção da marginal da rodovia. Miriam, que estava no banco da frente, foi ejetada para fora do veículo e morreu na hora. Duas crianças e a outra moça grávida foram socorridos pelo Siate e passam bem. O pai de Miriam e uma das crianças não se feriram. A Blazer parou quase em frente à casa da família, que fica na pista contrária.
A BMW parou com as rodas para cima. Bruno e o passageiro que estava no banco da frente, segundo testemunhas, conseguiram sair sozinhos do carro. O passageiro do banco traseiro foi resgatado por equipes do Corpo de Bombeiros com apoio de profissionais da Ecovia, concessionária que administra o trecho. Todos estão fora de risco, de acordo com os socorristas.
Bruno, estudante da Pontifícia Universidade Católica, recusou-se a fazer o teste de alcoolemia antes de ser levado para um hospital, mas os policiais rodoviários federais que atenderam a ocorrência fizeram um termo de constatação de embriaguez. Moradores da região e pessoas que foram ultrapassadas pela BMW na rodovia quilômetros antes do acidente, todos revoltados, cercaram a ambulância em que ele estava e o chamaram de assassino. O clima ficou tenso e a Polícia Militar foi acionada para conter os ânimos.
Como os veículos caíram nos canteiros, fora do asfalto, o trânsito não foi interditado em nenhuma das pistas.
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