O município de Tijucas do Sul acordou assustado durante a madrugada de ontem. Uma chuva de granizo, que começou por volta das 5h e durou cerca de 15 minutos, assolou diversas localidades que fazem parte da cidade, destelhando casas e causando transtorno aos moradores. As perdas foram parciais nas cerca de 500 residências atingidas, com móveis, colchões e cobertores molhados e a comunidade engajada para tentar consertar os estragos da chuva.
A Prefeitura distribuiu lonas para que os moradores pudessem cobrir as casas, já que, depois do granizo, chuvas fortes caíram sobre as localidades de Matulão, Córrego das Pedras, Pinhal dos Borges, Várzea, Rodeio, Campo Alto, Fazendinha, Tabatinga e Rio do Fojo – essas duas últimas as mais atingidas, somando cerca de 250 casas prejudicadas pelos enormes buracos que o granizo fez nos telhados e telhas despedaçadas.
Voluntários de toda a região trabalhavam para fornecer material necessário à população, como alimento, roupas, cobertores e colchões. "Os assistentes sociais da Prefeitura estão espalhados pelas comunidades para descobrir quais são as necessidades dos moradores e ajudar quem realmente está precisando", disse o presidente da Associação Comercial de Tijucas do Sul, César Matucheski, que trabalhava no recolhimento dos donativos e levantamento dos desabrigados. "A Prefeitura ofereceu abrigo no barracão da igreja, mas os moradores preferiram colocar lonas em suas casas e tentar salvar o que restou", afirmou. De acordo com Matucheski, nos casos mais críticos os moradores se abrigaram nas escolas rurais espalhadas pelas comunidades. "Mas até a noite de hoje – ontem – todos devem retornar a suas casas; a atuação do auxílio está sendo rápida. Só em duas comunidades já foram usadas 16 mil telhas de amianto", completou o voluntário. Apesar do susto, apenas algumas pessoas sofreram ferimentos leves.
Granizo
Por todos os lados, moradores lamentavam as perdas e a dificuldade em tirar a água da chuva de dentro de casa. "Caíram pedras do tamanho de uma laranja, eram muito grandes. Taí o estrago", contava uma das moradoras de Tabatinga, Eliete do Rocio. Ela, a mãe e o irmão passaram o dia tentando tirar a água de dentro de casa e fazendo arremates no telhado. "Está tudo molhado: móveis, cobertores, colchões", lamentava. Segundo a família, a tempestade, ainda que curta, foi suficiente para grandes prejuízos. "Dá desespero, porque a gente não tem onde colocar as coisas."
O mesmo problema era vivido por Justina Stanislavski, a poucos quilômetros dali, em Campo Alto. Sozinha, ela se assustou ao acordar com o barulho das pedras no telhado. Nem mesmo os vidros das janelas foram poupados. "Salvei o que pude. Teve partes da minha casa em que a água subiu até um palmo do chão", dizia. "Até chorei. Tenho 61 anos e nunca tinha passado por um situação dessas", relembrava, mostrando, na estrebaria, os eletrodomésticos que tentava resgatar de dentro de casa junto com os animais que cria em seu rancho.
A partir de amanhã, o município deve começar a distribuir telhas de amianto para os moradores mais carentes que fizerem solicitação junto à Prefeitura. De acordo com o Simepar, a previsão para hoje é de tempo nublado e pancadas de chuva moderadas para a região, com poucas possibilidades de chover granizo novamente.
Serviço: Doações podem ser feitas entrando em contato pelo telefone (41) 3684-1109.
