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Seis das cem cidades brasileiras com o maior índice de incidência de Aids no Brasil estão no Paraná. Entre elas, Pinhais, Curitiba, Piraquara e Colombo. Também figuraram entre os municípios com maior número de casos notificados Paranaguá e Foz do Iguaçu.

Os dados fazem parte da versão preliminar do Boletim Epidemiológico Aids – DST, divulgado nesta segunda-feira (28) pelo Ministério da Saúde. O estudo mostra que Pinhais é a oitava cidade com a maior incidência da doença. Em 2010, foram notificados 58,1 casos para cada 100 mil habitantes. A maior taxa do país é de Porto Alegre, 99,8 casos em cada cem mil pessoas.

Paranaguá ocupa a 17ª posição no País e 2° lugar do Estado, com 52,7 casos notificados em 2010. Curitiba está na 31ª posição entre as cidades brasileiras e teve 41,8 casos notificados para cada cem mil habitantes no ano passado.

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De acordo com a coordenadora Estadual de DST/Aids, Kathia Adriana Moreira, há divergência entre os dados do governo do Estado e os divulgados pelo Governo Federal. Segundo ela, a maior incidência de casos registrada no último ano seria em Paranaguá, que concentraria 33,91% dos novos contágios no Estado. A segunda maior incidência estaria em Foz do Iguaçu, com 19,3%.

Ela explica que esses locais tem grande fluxo de população flutuante e concentram visitantes de outras cidades e países, o que explicaria o alto número de incidência da doença.

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Novos casos

Em todo o Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, a estimativa de pessoas infectadas pela doença permanece estável, atingindo cerca de 0,6% da população. Já o número de novos casos notificados caiu de 18,8 para cada cem mil habitantes em 2009 para 17,9 em 2010.

A taxa de incidência no Paraná se manteve acima da média nacional desde 2006. O maior número de registros de novos casos ocorreu em 2008, quando o Estado notificou 28,6 contágios em cada cem mil habitantes, enquanto a média do País foi de 19,3.

Em 2009, o número de novos casos caiu para 19,6, ainda acima da média nacional que teve 18,8 novos casos em cada cem mil pessoas. Em 2010, a taxa paranaense passou para 19 novos casos, enquanto a média do país foi de 17,9.

Jovens

A taxa de incidência – novos casos para cada cem mil habitantes – entre os jovens de 15 a 24 anos do Paraná também foi superior à média nacional desde 1998. Neste período o Estado registrou 4.126 novos casos da doença, quase 6,2% dos 66.698 novos contágios notificados no País.

A taxa oscilou ao longo dos anos, a menor incidência foi registrada em 2005, com 8,9 novos casos. Neste ano, a média nacional foi de 8,1. Já a maior incidência ocorreu em 2008, quando o Estado registrou mais de 16 novos casos entre cada cem mil jovens. Nos anos seguintes, a taxa reduziu, com 13,6 em 2009 e 11,7 em 2010.

O estudo do Ministério da Saúde também mostrou que, em todo o País, o número de casos entre homossexuais de 15 a 24 anos aumentou 10,1%. No ano passado, para cada 10 heterossexuais vivendo com o HIV/Aids havia 16 homossexuais.

A taxa de incidência do HIV/Aids também subiu 16,8% entre os homens dessa faixa etária, de 9,5 em 2000 para 11,1 em 2010. Para as mulheres, a incidência reduziu 23,5%, passando de 10,2 para 7,8 casos em cada cem mil habitantes no mesmo período.

Para a coordenadora Estadual de DST/Aids no Paraná, a redução no uso da camisinha entre os jovens é assustador. “Os estudos mostram que há uma redução do uso da camisinha entre os jovens, mesmo com todo o conhecimento de que essa é a melhor maneira de evitar a Aids.”

Ela acredita que a nova geração não teve o mesmo contato dos pais – que viram seus ídolos como o cantor Cazuza sofrer e morrer com a doença. Os novos avanços no tratamento também trariam a falsa sensação de segurança.

 “A melhor forma de prevenção da Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis continua sendo o uso de preservativo. Não é porque existe tratamento que a doença deixou de ser grave. A Aids tem um tratamento com diversos efeitos colaterais e ainda mata. O melhor é a prevenção”, alerta a coordenadora.

Mortes

A taxa de mortalidade em função da doença no Estado, no entanto, é menor que a média nacional. Entre 1998 e 2010 mais de nove mil pessoas morreram em decorrência da doença no Estado. Em todo o Brasil foram 241.469.

Nos últimos doze anos, a taxa de mortalidade em decorrência da Aids tem se mantido estável no Estado, variando entre 4,2 e 5,4 óbitos por cem mil habitantes. No Brasil, essa média variou entre 5,9 e 7,6 casos para a mesma proporção.