O responsável por tirar a ideia do papel e tornar realidade é o grafiteiro carioca Gabriel Freire, radicado em Curitiba há quase dois anos. “Realmente foi golpe de sorte. Eu estava passando pela rua, de bobeira. Quando eu vi a palavra ’estúdio’ na placa, entrei achando que era uma galeria de arte e a coisa acabou acontecendo”, conta.
Grafiteiro há 12 anos, Gabriel executa sua arte onde oferecem espaço. “É uma eterna luta em busca de locais onde a gente possa fazer nosso trabalho. E a coisa está mudando, principalmente nas grandes cidades brasileiras‘, explica. Depois de morar dois anos em Portugal, ele conta que na Europa a cultura do grafite é mais disseminada e vem ganhando cada vez mais espaço no velho continente. “Lá não tem pichação e existem lugares certos para grafitar. Então a coisa anda de maneira mais fácil”, diz.
Segundo o artista, a parceria com a escola de dança pode ter sido ao acaso, mas é uma tendência dentro das grandes cidades. Para ele, pode ser uma saída para os comerciantes e moradores escaparem da ação dos pichadores. “Hoje sabemos que a prefeitura e todo o comércio estão numa campanha grande contra a pichação e acho que o grafite pode ser o caminho para acabar com esse problema, já que muitos pichadores respeitam o trabalho dos grafiteiros. Além de tudo, é arte”, argumenta, se referindo à campanha “Pichação É Crime”, promovida pela Associação Comercial do Paraná em parceria com a prefeitura de Curitiba.
Gabriel aconselha aos pichadores que entrem no mundo do grafite. “Além do grafite ser mais aceito na sociedade, ele está virando tendência nos grandes centros. Tem também a questão profissional, já que um grafiteiro pode atuar no próprio grafite, na área de ilustração e animação também. O campo profissional aumenta. Então vale a pena”, comenta.
Gerson Klaina |
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Priscila: puro acaso e sorte. |