Governo vai regularizar situação de universitários

Os 15.150 funcionários das seis universidades públicas mantidas pelo governo do Estado, além de outros 3,5 mil que devem ser contratados ainda este ano, terão a situação regularizada em poucos meses. O anúncio foi feito na quinta-feira pelo secretário estadual da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldair Rizzi. De acordo com Rizzi, já foi encaminhado à Secretaria de Administração projeto que cria os 18,6 mil cargos – 7,4 mil para professores e 11.240 para técnicos-administrativos – e recebeu parecer favorável. O projeto deve passar ainda pelas Secretarias da Fazenda e do Planejamento até chegar ao governador Roberto Requião, que encaminhará o documento à Assembléia Legislativa. O secretário garantiu que não haverá demissões de servidores das universidades públicas.

“Estamos atendendo a uma reivindicação antiga das universidades, que ficou engavetada durante muito tempo”, explicou Rizzi. O impasse, explicou, teve início em 1992, quando as fundações foram transformadas em autarquias, e o regime celetista passou para o estatutário. Em 1997, o Tribunal de Contas fez um levantamento e constatou as irregularidades. “Dizia-se que a lei, automaticamente, já incorporaria esses funcionários ao novo regime, o que não aconteceu.” Um dos principais problemas da irregularidade diz respeito à aposentadoria. Como o TC não considera os funcionários como servidores estaduais, eles não estariam inseridos no Paranáprevidência. “Por enquanto, não houve nenhum caso de veto de aposentadoria”, assegurou o secretário.

Cofres públicos

A criação dos cargos trará impacto de quase R$ 60 milhões aos cofres públicos do Estado em 2003. Segundo Rizzi, o valor inclui também a contratação de novos professores, necessária por conta da expansão das universidades. O orçamento global previsto para este ano é de R$ 429 milhões, sendo R$ 379 milhões apenas com folha de pagamento. A diferença se refere a custeios e investimentos. “Falar em R$ 429 milhões não parece ser tanto, mas representa quase 10% da arrecadação do Estado”, comparou Rizzi. Só este ano, a secretaria estima um déficit de R$ 22 milhões, relativo à folha de pagamento. “Este déficit terá que ser suplementado por alguma decisão da Assembléia Legislativa ou será necessário o remanejamento de verbas de outras pastas.” Outra idéia é solicitar a contrapartida do governo federal, no valor de R$ 1 mil/ano por aluno. Cerca de 60 mil alunos estudam nas seis universidades estaduais – de Londrina (UEL), Maringá (UEM), Ponta Grossa (UEPG), Cascavel (Unioeste), do Centro Oeste (Unicentro) e da Unespar.

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