O Ministério da Educação anunciou que governo federal vai baixar nos próximos dias, decreto que estende a obrigatoriedade que já existe no ensino fundamental para o ensino médio. Para o superintendente do Grupo Positivo em Curitiba, Renato Ribas Vaz, a mudança deve trazer muitos benefícios à sociedade já que mais gente vai ter oportunidade de ingressar no ensino superior.
Vaz lembra que boa parte da população é carente e quando termina o ensino fundamental (primeira a oitava séries) pára de estudar e vai atrás de um emprego. Assim, sem concluir o ensino médio, as portas do ensino superior também se fecham.
A dificuldade para comprar o material didático também é outro motivo que afasta os estudantes da escola. O superintendente comenta que um aluno tem que gastar em média cerca de R$ 300,00 para comprar os livros necessários. Mas agora com as mudanças, o governo pretende distribuir gratuitamente os livros, como já faz para o ensino fundamental.
A possibilidade de estender a carga horária ou ainda aumentar para quatro anos o programa de conclusão do ensino médio não deve trazer problemas para as escolas particulares. ?Recebemos concessão do governo para trabalhar. Temos que nos adaptar?, comenta. Vaz diz ainda que hoje a legislação estabelece um mínimo de 25 aulas semanais, e muitas escolas particulares como as do grupo Positivo já chegam até a 40 aulas por semana. ?Dependendo da extensão da carga, já estamos enquadrados?, comenta.
Vaz vê com bons olhos as mudanças. No entanto critica a falta de continuidade das políticas de governo. ?Hoje o que ocorre é política pessoal, de uma administração para outra não há continuidade. Todo mundo que fazer de um jeito diferente?, diz.
?Entrarão os preparados?
Renato Ribas Vaz achou inúteis as mudanças que vão ocorrer no próximo vestibular da Universidade Federal do Paraná (UFPR), com a finalidade de tornar mais justa a disputa. O processo seletivo será em duas fases. Na primeira, serão analisados os conhecimentos gerais sobre todas as matérias e na segunda fase, conhecimentos específicos que têm a ver com o curso pretendido. ?Vão passar os mesmos candidatos que ingressam hoje, não importa o processo seletivo. Entra quem está melhor preparado?, diz.
O professor também não vê com bons olhos o ensino médio profissionalizante. Ele fala que o mercado de trabalho prefere empregar uma pessoa formada no ensino superior do quem um técnico.
