Brasília – O Ministério da Saúde reúne amanhã representantes das secretarias estaduais de saúde para discutir as ações da Campanha de Mobilização contra a Dengue. O Paraná lidera os casos da doença na região Sul. Neste ano, o Dia D da Dengue será promovido em todo o País no dia 29 do mês que vem. Na reunião serão discutidas a estratégia de publicidade, a metodologia de avaliação e as iniciativas locais das secretarias estaduais de saúde para o evento.
A campanha publicitária é dividida em duas etapas e tem como objetivo estimular a mobilização da sociedade contra a dengue. O mote será “Não dê chance para a dengue”.
A primeira etapa da campanha começa ainda este mês e chamará a atenção das pessoas para o risco do descuido com recipientes que podem virar criadouros do Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença. Serão distribuídos 10 milhões de folderes, 2 milhões de cartazes e exibidos três filmes de 30 segundos e dez vinhetas de 10 segundos na televisão, além da veiculação de spots em rádio e publicidade em ônibus, trens, metrôs e em jornais.
O Ministério da Saúde intensifica, a partir deste mês, o combate à dengue para evitar uma epidemia no próximo verão. Para marcar o início das atividades de mobilização, o ministro Humberto Costa lançou na quinta-feira a nova campanha de massa contra a dengue e anunciou a constituição do Comitê Nacional de Mobilização contra Dengue e o Comitê Técnico de Acompanhamento e Assessoramento do Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD).
Ainda em produção, a segunda etapa da campanha também terá o suporte de folheteria, filmes na televisão e mensagens veiculadas nas emissoras de rádios. Esta terá como foco o Dia Nacional de Mobilização contra a Dengue (Dia D), que mostrará os mesmos personagens da campanha anterior se redimindo dos erros cometidos, como não limpar os vasos de plantas, por exemplo. Portanto eles aparecem para o público já com a disposição esperada para o Dia D, que é a participação na eliminação de focos do mosquito da dengue. O ministério aplicará cerca de R$ 12 milhões nas duas campanhas.
Redução
Entre janeiro e setembro de 2003, foram registrados 298.135 casos, o que representa redução de 61,2%, em relação ao mesmo período do ano passado. Na região Sudeste a redução foi de 79,5% dos casos, com 78.576 registros este ano. O Centro-Oeste contribuiu com uma redução de 54% com a notificação de 29.953 casos até setembro. Os estados do Nordeste notificaram, em 2003, 151.459 casos, correspondendo a uma redução de 47,5%. No mesmo período de avaliação, o Norte obteve queda de 13,3%, com 28.464 casos. O Sul teve este ano 9.113 notificações, representando 79,3% a mais do que no ano passado, a maioria no Paraná. Santa Catarina e Rio Grande do Sul permanecem sem casos autóctones e número reduzido de importados.
Secretaria
A criação da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), em junho de 2003, veio reforçar uma área extremamente estratégica do Ministério da Saúde (MS), fortalecendo e ampliando as ações de vigilância epidemiológica. As atividades antes desempenhadas pelo extinto Centro Nacional de Epidemiologia, da Fundação Nacional de Saúde, passam a ser executadas pela SVS.
Entre estas ações estão incluídos os programas nacionais de combate à Dengue, à Malária e outras doenças transmitidas por vetores, o Programa Nacional de Imunizações, a prevenção e controle de doenças imunopreveníveis, como o Sarampo, o controle de zoonoses e a vigilância de doenças emergentes.
A SVS também passa a agregar importantes programas nacionais de combate a doenças, que estavam em outras áreas do MS, como tuberculose, hanseníase, hepatites virais, DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) e aids. Agora, todas as ações de prevenção e controle de doenças estão reunidas na mesma estrutura, possibilitando uma abordagem mais integrada e mais eficaz.
Além disso, expandindo o objeto da vigilância em saúde pública, a SVS também coordenará as ações do Sistema Único de Saúde (SUS) na área de vigilância ambiental e de vigilância de agravos e doenças não transmissíveis e seus fatores de risco.
Com base nos dados epidemiológicos, a secretaria também realizará análises da situação de saúde e o monitoramento de indicadores sanitários do país, possibilitando o aperfeiçoamento do processo de escolha de prioridades e de definição de políticas, bem como a avaliação do impacto dos programas de saúde. De acordo com a estrutura definida pelo Ministério da Saúde, também integrarão a SVS as unidades de ensino e pesquisa Instituto Evandro Chagas, Centro Nacional de Primatas e Centro de Referência Prof. Hélio Fraga. A SVS também coordenará a Rede de Laboratórios de Saúde Pública nos aspectos pertinentes à vigilância epidemiológica e ambiental.