A rodada de negociação entre os representantes das Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal e o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) ontem, em Brasília, encerrou sem acordo. O governo federal insistiu na oferta de 15,8%, pagos em três anos. Entre as reivindicações das categorias estão a reestruturação salarial, o aumento do efetivo e a valorização de cargos. No Paraná, os servidores continuarão com as atividades suspensas, com atendimento somente de casos emergenciais.
Os policiais federais retornaram às bases nos 27 sindicatos estaduais que integram a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) para discutir uma alternativa. “O governo tem se mostrado muito intransigente e isso só acirra a temperatura nas bases”, comentou Wink na saída da reunião. A única concessão do governo foi admitir levar a proposta de reestruturação, defendida por agentes, peritos, escrivães e pessoal administrativo, para a rodada de discussão com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
Segundo o presidente do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais do Paraná (SinPRF-PR), Ismael de Oliveira, “com a negativa, o movimento será intensificado ainda mais.” A exemplo de ontem, os policiais rodoviários repetem hoje, ato público em frente à superintendência regional da PRF, no Capão da Imbuia, pedindo respeito ao funcionalismo. Estão programadas manifestações em Cascavel, Foz do Iguaçu e Curitiba ao longo da semana que vem.
Fiscalização
“O governo federal quer criminalizar a greve, mas esquece que é um direito legítimo de qualquer trabalhador protestar contra as péssimas condições de trabalho”, avalia Oliveira, destacando que o efetivo paranaense de 600 policiais está muito aquém do ideal. “Na Ponte da Amizade, em Foz do Iguaçu, a PRF conta com dois policiais para fiscalizar 35 mil pessoas por dia. O trabalho é feito por amostragem, de maneira ineficiente”, avalia.