Mesmo com a aprovação da regulamentação do funcionamento das casas de bingo pela Câmara Municipal de Curitiba na última quarta-feira, o governo garante que elas não serão reabertas no Paraná. “O governo proibiu o funcionamento dos bingos e vai continuar proibindo. Se eles forem reabertos o governo vai fechá-los, porque é ilegal”, disse Benedito Pires, assessor de imprensa do Palácio Iguaçu. O projeto de autoria do Executivo municipal – que regulamenta a lei proposta pelo vereador Fábio Camargo (PFL) sobre a concessão de alvará para o funcionamento de bingos – irá para segunda votação na segunda-feira, e deverá ser publicado no Diário Oficial de terça.
“Não existe possibilidade de o município legislar sobre o assunto, que é federal. Esta é uma atitude demagógica, uma cortina de fumaça”, opinou Pires. “O município não tem o poder de fazer com que o jogo seja restabelecido”, garantiu. “Os vereadores deveriam se preocupar com as reivindicações dos bairros, de escolas e saúde, e jamais legislar sobre o que não é da competência deles.”
Já Fábio Camargo afirmou que os estabelecimentos serão reabertos. “A lei federal 116 deu direcionamento para que o município regularize e autorize o bingo a funcionar. Se o governo tentar fechar as portas usando força policial será um abuso de autoridade, e se a lei não prevalecer vai ter briga de rua”, afirmou o vereador.
Na sessão que aprovou o projeto, dos 35 vereadores apenas 20 estavam presentes. Votaram a favor Fábio Camargo, Sabino Picolo (PFL), Jotapê (PSB), Antônio Bueno (PPS), Carlos Bortoleto (PFL), Elias Vidal (PFL), Geraldo Bobato (PFL), Jair Cézar (PSDB), Jairo Marcelino (PDT), Jonathas Pirkiel (PL), José Roberto Sandoval (PTB), Luiz Ernesto (PSDB), Ney Leprevost (PP), Paulo Frote (PSDB) e Rui Hara (PSDB). O único voto contrário foi do pastor Valdemir (PL). Os vereadores do PT – André Passos, Roseli Isidoro, Paulo Lamarca, Nilton Brandão, Pedro Paulo e Adenival Gomes, PMDB – Paulo Salamuni, Luiz Felipe Braga Cortes, Celso Torquato e Márcia Schier – e PDT – Jorge Bernardi -, se retiraram do plenário minutos antes da votação.