O governo do Estado anunciou, ontem, abonos salariais e novo piso mínimo para beneficiar 134,6 mil dos 250 mil funcionários ativos e inativos do quadro do Executivo. Com isso, após dois meses de negociações abertas com os sindicatos, o Paraná é o primeiro Estado brasileiro a conceder ajustes nos salários do funcionalismo público.
O anúncio foi feito pelos secretários da Casa Civil, Caíto Quintana, da Educação, Maurício Requião; e da Administração e da Previdência, Reinhold Stephanes. Os dirigentes da APP-Sindicato, que representam os professores, foram os primeiros a saber da decisão tomada pelo governador em reunião realizada assim que Roberto Requião chegou de Brasília.
“Esses benefícios são produto do esforço extraordinário do governo em gerenciar os recursos públicos com a austeridade para compensar a falta de caixa e os oito anos em que o Estado não teve política salarial”, afirmou o secretário Maurício Requião.
Com um decreto, que deve ser assinado na próxima semana, o governador vai garantir abonos que variam de R$ 50 a R$ 150 para 88,8 mil funcionários, entre os quais 71 mil professores e 17,6 mil funcionários de execução e apoio, que têm os salários mais baixos do Estado.
Segundo o secretário da Administração, Reinhold Stephanes, os servidores com menores ganhos terão abono de R$ 100 e também promoções. “Os funcionários de execução, entre agosto e setembro, e o pessoal de apoio, entre novembro e dezembro”, calculou.
Ao detalhar os diferentes níveis de abono que o governo está concedendo para os salários de agosto, o secretário disse que a maior parte dos professores terá R$ 50 de abono por padrão de carreira.
“Outros 3,5 mil professores terão abono de R$ 100 e uma centena de professores que estava com os salários distorcidos e muito abaixo da maioria receberá o abono de R$ 150”, disse o secretário de Educação, Maurício Requião.
“A partir de outubro pagaremos o novo piso mínimo de R$ 400,00”, confirmou ainda Stephanes. “Esse piso mínimo vai beneficiar outros contingentes de 30 mil aposentados e 16 mil servidores da ativa que estão enquadrados nas chamadas áreas de execução e apoio do Executivo”.
Gasto com a folha sobe 20%
Com as decisões anunciadas ontem, o valor da folha de pagamentos do Estado vai chegar a R$ 300 milhões em dezembro, 20% mais do que a de dezembro do ano passado. Conforme os cálculos do secretário da Administração e da Previdência do Estado, Reinhold Stephanes, a folha atual, de R$ 242 milhões, já é 15% maior que a do início do ano porque incorpora ajustes que o governo anterior concedeu mas não implementou. “Só o pagamento do ajuste concedido para os policiais militares elevou já em janeiro, em R$ 12 milhões por mês, o valor da folha de pagamento do Paraná”, lembrou Stephanes.
Categoria tinha o pior salário
Os professores do Paraná vinham recebendo os piores salários do País segundo o secretário da Educação, Maurício Requião. “Isso jamais aconteceu antes, de termos professores ganhando menos do que os de alguns dos Estados mais pobres do Brasil”, ressaltou. Ele lembrou que este ano o governo já começou a atender às necessidades dos professores, com o pagamento do terço de férias. Entre outras medidas, melhorou em 20% o pagamento das horas-aula dedicadas às atividades extra-classe. É importante destacar, afirmou o secretário, que as medidas anunciadas pelo governo beneficiam também os aposentados que já contribuíram com a Educação do Estado. “O governo respeita seus aposentados”, definiu.
