Golpe de serviço funerário em Londrina

O Ministério Público do Paraná (MP) ajuizou uma ação civil pública, na última terça-feira, que denuncia um esquema que teria lesado centenas de familiares de mortos em Londrina.

Segundo o MP, funcionários da Administração de Cemitérios e Serviços Funerários de Londrina (Acesf) e de empresas de tanatopraxia – um processo de conservação do cadáver – estariam induzindo pessoas a contratarem o serviço sem que fosse necessário.

De acordo com informações do gabinete do promotor de Justiça de Defesa do Consumidor de Londrina, Miguel Jorge Sogaiar, preparadores de cadáver utilizavam argumentos apelativos, afirmando que o corpo poderia exalar mau cheiro durante o velório. Alguns alertavam para o risco de ter que adiantar o enterro para que o corpo não ?estourasse?.

A ação do promotor cita o município de Londrina, a Acesf, além das empresas de tanatopraxia Tanato e Tanatorium Bom Pastor como responsáveis pelo esquema. Na ação, o MP pede o bloqueio de R$ 250 mil em bens dos envolvidos. O promotor também pede que cada consumidor lesado receba o dobro do valor que pagou pelo serviço, além de indenização por dano moral.

Na denúncia, Sogaiar afirma que, a partir do relato do ex-funcionário de uma das empresas de tanatopraxia, Alex Aparecido Janes Martins, o esquema também beneficiava o ex-vereador Orlando Bonilha, funcionários e o ex-superintendente da Acesf, Osvaldo Moreira Neto.

O ex-funcionário também relatou que os valores cobrados pelo serviço de tanatopraxia, que eram estipulados pelo próprio Moreira Neto, giravam entre R$ 1,2 mil e R$ 1,8 mil. Martins teria afirmado que ?destes valores, R$ 200 seriam destinados para o ex-vereador Bonilha e para Osvaldo Moreira Neto, R$ 60 para funcionários da Acesf que indicavam às famílias as respectivas empresas e R$ 100 referente à uma taxa recolhida à própria Acesf?.

A superintendente da Acesf, Camila Zulian, afirmou que a instituição ainda não foi notificado da ação e que, assim que isso aconteça, a Procuradoria do Município deve analisar o caso.

Zulian ressalta que, durante as investigações do MP, a Acesf vinha colaborando com todas as solicitações do órgão e, por conta disso, a citação da autarquia na ação é uma surpresa para ela.

A reportagem de O Estado procurou os responsáveis pelas empresas citadas pelo MP. Entretanto, Tanato Serviço de Tanatopraxia de Londrina não quis se pronunciar. Já os responsáveis pela empresa Tanatorium Bom Pastor, que tem sede em Ibiporã, não foi encontrado pela reportagem, assim como o ex-vereador Orlando Bonilha e o ex-superintendente da Acesf, Osvaldo Moreira Neto.

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