Caçadores de Notícias

Gigantes acabam com o sossego de moradores de avenida

O barulho ensurdecedor de caminhões tira o sossego de moradores da Avenida Marechal Mascarenhas de Morais, que passa pelos bairros Atuba, Tingui e Santa Cândida. Anita Libera Pires, 74 anos, trabalha como porteira do Conjunto Ilha Bela, na Rua Macapá, Tingui, próximo ao terminal de ônibus do Santa Cândida e reclama do fluxo de caminhões pesados. “O pior horário é entre 6h30 e 9h da manhã. Tenho que fechar a porta de tanto barulho”, lamenta a idosa. Enquanto ela conversava com os Caçadores de Notícias, o ruído dos veículos era intenso.

Apesar disso, a Secretaria Municipal de Trânsito (Setran) informa que o tráfego de caminhões na avenida é permitido, principalmente os acima de 10 toneladas que costumavam cortar caminho para a Rodovia da Uva (PR-417), sentido Colombo, subindo a Rua Padre João Wislinski. Existe, inclusive, uma placa de sinalização proibindo a circulação de caminhões pesados por ali, já que apenas os veículos leves podem pegar o atalho.

Curva

Outra queixa de moradores da região é a alta velocidade em que caminhões e automóveis entram na curva da Rua Pedro Doska, que liga a Avenida Mascarenhas de Morais e a Avenida Paraná. Por causa da manobra brusca, é comum que parte da carga de tijolos, cimento, pedras e até garrafas caia dos veículos. Algum tempo atrás, Anita passeava com o neto pelo trecho e presenciou um caminhão derrubando parte da carga de madeira que transportava. Por sorte, ninguém se feriu. Mas a população faz o alerta.

Apesar da velocidade dos motoristas, Anita também cita outra explicação para o problema. “Aquela curva é malfeita. Sei disso porque meu marido falecido trabalhava numa companhia de terraplanagem. Tem muito engenheiro que devia voltar para a escola”, critica.

Tinha até plantação de soja!

Marco Andre Lima
Anita: tenho que fechar a porta de tanto barulho.

A idosa é gaúcha e veio morar em Curitiba por causa da profissão do marido. Depois que ficou viúva, teve que se virar para conseguir se manter e, por isso, aceitou o serviço de porteira do conjunto onde mora. “Antes eu ganhava três salários, agora tenho direito a um. Então, além de trabalhar na portaria, faço outras coisas, como passar roupa e edredom para fora”, diz.

Quando foi morar no Tingui, há 30 anos, a região era muito tranquila. “Não tinha muito movimento por aqui. O expresso parava na frente da igreja. Tinha até plantação de soja no bairro”, lembra. Dos anos 80 para cá, o bairro se desenvolveu bastante. Para ela, o trânsito frenético é um ponto negativo, mas faz parte do crescimento da cidade.

De resto, Anita só cita pontos positivos e garante que encontra praticamente tudo o que precisa. ‘Temos o supermercado aqui do lado, posto de gasolina perto, salão de beleza, loja de material de construção, padaria. Só sinto falta de um armarinho”, cita a idosa, que passa o tempo costurando enquanto atende na portaria do condomínio. Outro pedido dela e de outros moradores para beneficiar a região é a instalação de uma academia ao ar livre pela prefeitura na praça em frente ao hipermercado.

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