O gerente de uma lanchonete de Curitiba, Orlando Zarowny, acumula uma dívida de R$ 3.500,00 com o Detran-PR. De 1999 para cá, ele foi multado quatro vezes, o que resultou no valor citado.
Como estava desempregado, Orlando não tinha condições financeiras de quitar a dívida. Porém, há seis meses, foi contratado como gerente de lanchonete e vem tentando regularizar sua situação junto ao órgão de trânsito.
Como o valor total das multas é superior ao salário de gerente, Orlando espera parcelar a dívida. Procurou o Detran diversas vezes, mas não consegue acordo.
“Ligo para o 0800 do Detran duas ou três vezes a cada semana e nunca consigo nada”, reclama. “O órgão não aceita nenhum acordo e não faz nenhuma proposta. Quero regularizar o quanto antes minha situação, mas está muito difícil.”
Em uma das vezes em que ligou para o 0800, Orlando foi informado de que entre os meses de dezembro e janeiro o governador do Estado assina uma lei autorizando o parcelamento temporário. Entretanto, o governo mudou sem que a resolução fosse assinada.
Sem conseguir quitar a dívida e sem poder deixar o carro na garagem, Orlando continua rodando pelas ruas da cidade com seu veículo em situação irregular, mesmo sabendo que pode ser punido por isso. “Se me pegarem, meu carro vai ser apreendido e ainda vou ter mais multas para pagar”, admite. “Não posso deixar o carro em casa, pois preciso muito dele para trabalhar. É por isso que quero parcelar a dívida e poder quitá-la logo.”
Detran-PR
Segundo o Detran-PR, o parcelamento de multas não está previsto no Código de Trânsito Brasileiro. Nos dois últimos anos, o Estado aprovou uma lei que permitia o parcelamento temporário, mas, no momento, não há previsão de novos parcelamentos.