Dois dos maiores geneticistas do mundo, os sul-coreanos Hwang Woo Suk e Seung Keun Kang, estarão em Curitiba participando do XVII Congresso Brasileiro de Genética Clínica. Há cerca de 15 dias eles realizaram a primeira clonagem terapêutica. Criaram células-tronco em laboratório, capazes de produzir qualquer tecido humano. O trabalho pode possibilitar no futuro o transplante de células saudáveis para substituir outras destruídas por doenças, sem o inconveniente da rejeição dos pacientes. O congresso começa amanhã e vai até o sábado.
O médico geneticista que preside o congresso, Salmo Raskin, explica que para obter as células-tronco através da clonagem terapêutica basta a junção de uma célula da pele e um óvulo. Ele explica que retira-se o núcleo da primeira e introduz num óvulo sem núcleo. Depois de alguns dias forma-se um embrião e dele são retiradas as células-tronco. A grande vantagem da técnica é que não existe rejeição, já que as células-tronco são formadas a partir de outras células do próprio paciente.
Mas ainda existe um grande caminho a ser percorrido até que elas possam ser usadas no tratamento de doenças. Os cientistas precisam descobrir como elas se transformam nos diferentes tipos de tecidos humanos, representando a chance de cura para várias doenças como diabetes e cardiopatias.
No entanto, a clonagem terapêutica não encerra a discussão ética sobre a questão. O Brasil já aprovou a lei de biossegurança que permite a utilização de embriões de clínicas de fertilização que iam ser descartados depois de um certo tempo de congelamento. Mas esta semana, a Procuradoria Geral da República entrou na Justiça pedindo que a lei seja considerada inconstitucional.
O congresso trará ainda mais 26 palestrantes estrangeiros e irá abordar o tema genética de modo interdisplinar com 15 simpósios paralelos. O evento será no Estação Embratel Convention Center. As inscrições podem ser feitas na hora e os valores variam de R$ 100,00 a R$ 450,00. Mais informações no site www.genetica2005.com.br